domingo, 27 de julho de 2008

Fabricando Tom Zé em DVD

Quando Fabricando Tom Zé, documentário de Décio Mattos Jr., ficou em cartaz em São Paulo, não consegui ir ao cinema ver. Esta semana saiu o DVD e comprei na hora. São 90 minutos que passam como 15, mostrando, através da cobertura da turnê de Tom Zé na Europa em 2005, seu processo criativo e mum pouco da sua história.
Imperdíveis os depoimentos da esposa Neusa, empresária e fiel escudeira do cara. A memorável discussão com o técnico de som do Festival de Montreux é um dos grandes momentos do filme. Entre outros entrevistados, o jornalista Tarik de Souza, Kid Vinil, David Byrne e os músicos da banda de Tom Zé. Gil vomita um discurso pronto e integrado, enquanto Caetano faz um mea culpa fake em relação ao ostracismo em que Tom Zé caiu nos anos 80.
Nos extras do DVD, um making off do filme e depoimento do diretor Mattos Jr. sobre como surgiu a idéia do documentário.
Se você só ouviu falar por alto no trabalho de Tom Zé, ou acha ele esquisito ou coisa que o valha, eis boa oportunidade para conhecê-lo melhor. Sem medo de errar, afirmo que Tom Zé é um dos artistas mais geniais de todos os tempos, no Brasil e no mundo, além do fato de ser o único cara que fala de si mesmo na terceira pessoa e não soa pernóstico.
Tom Zé transcende o rótulo Tropicalista e, aos 70 anos, com certeza ainda tem muito para oferecer à nossa música. Resgatemo-no sempre, como um dia fez Byrne.

Sabedoria Milenar

Apressado, desço do ônibus na 9 de Julho completamente congestionada e tomo um táxi na ruazinha transversal.

- Boa noite!
- Boa noite, tudo bem? Será que conseguimos chegar à Av. Paulista nuns 20 minutos, indo aqui por dentro?
- Conseguimos sim. São-paulino, palmeirense, corinthiano ou santista?

A pergunta constrange imediatamente. Apesar de não ter problema em afirmar que não acompanho futebol, não torço para time algum, temo decepcionar esse senhor que só está tentando ser educado.

- Não torço para clube nenhum. Quando paro para acompanhar, assisto independente de quem estiver jogando.

- Gosta do futebol então, torce pra quem estiver jogando?

- Isso... Apesar de minha mãe ser corinthiana e meu pai santista, - afirmo tão convicto da preferência futebolística do meu pai quanto ele da escalação atual do peixe. Esse é um folclore que se estabeleceu pelo fato dele ter trabalhado em Cubatão, perto de Santos, quando veio de Minas para morar em São Paulo. Gosta tanto do Santos quanto eu de filmes de terror.

- Legal. Eu gosto de esporte. Cê viu o pessoal do vôlei?
- Não.

Após um inventário completo do jogo da seleção brasileira de vôlei masculino disputando não sei o que com não sei que país, o condutor defende que as meninas do vôlei brasileiro também são boas, mas às vezes amarelam. E voltamos ao futebol. Comento estar decepcionado com a violência nos arredores dos estádios.

- É, rapaz, isso na minha época não era assim não.
- Desanima...
- Com certeza, a cartolagem e a própria forma do jogador encarar a carreira são transmitidas ao torcedor. O cara entra no time pra jogar, assina um contrato e recebe 10% do valor total. O contrato é de 1 ano e ele joga 6 meses, quando um clube europeu leva o cara embora, paga em euro... desse jeito o torcedor perde aquela vontade de torcer de verdade... o ato de torcer passa a ser só vasão de coisa negativa.

Puxa, pensei, esse cara entende do negócio. Vale continuar o papo. Não é daqueles chatos que só fala do trânsito e da previsão do tempo.

- Se eu pudesse trabalhava com esporte.
- Já levou algum atleta?
- Difícil, eles tem transporte próprio. Mas dia desses peguei um deles às 3 da madrugada na esquina da Major Sertório com a Cesário Mota Jr.. Preciso falar mais alguma coisa?
- Não. Que coisa, heim?
- Pois é, a moda do Ronaldo parece que pegou. Precisamos chegar onde na Paulista?
- Na Gazeta, tenho que entregar uns trabalhos da faculdade.
- Estuda o que?
- Faço uma pós-graduação em Jornalismo.
- Beleza.
- Estou no final do curso.
- E acabando aí vai fazer o que?
- Descansar um pouco. Tô escrevendo um livro, tenho um filho pequeno...
- Falta só plantar uma árvore então.
- E o sr., tem filhos?
- Meia dúzia.
- Então tô falando com um especialista!
- Nesse assunto sim.

Desço na esquina da Campinas com a Paulista, a tempo para entregar o trabalho.
Pago-lhe a corrida, agradeço, em meio a votos mútuos de sucesso e saúde. Bom encontrar
gente bacana, feliz com o que faz, de bem com a vida e inteligente.
Esqueci de perguntar-lhe o nome.
Mais um sábio anônimo na gigantesca São Paulo que tanto amo.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Com a palavra, o mestre Neil Young!

24.07.08 - Estadão Online
Por Renato Cruz

"Neil Young critica Apple

O cantor Neil Young criticou ontem (23/7) a qualidade da música digital em MP3 e culpou o iPod e o iTunes da Apple por isso, durante a Brainstorm Tech Conference, organizado pela revista Fortune, nos Estados Unidos.
Segundo ele, a qualidade do som caiu ao nível de 'brinquedo da Fischer-Price'. Young lamentou que as empresas de tecnologia têm dado ênfase excessiva à conveniência, com a facilidade crescente de se levar a música para qualquer lugar, em detrimento da qualidade: 'Temos computadores lindos hoje, mas a música de alta resolução é uma das coisas que fazem falta'."

terça-feira, 22 de julho de 2008

Talk About The Passion (R.E.M)

Empty prayer, empty mouths, combien reaction
Empty prayer, empty mouths, talk about the passion
Not everyone can carry the weight of the world
Not everyone can carry the weight of the world

Talk about the passion
Talk about the passion

Empty prayer, empty mouths, combien reaction
Empty prayer, empty mouths, talk about the passion
Combien, combien, combien de temps?

Not everyone can carry the weight of the world
Not everyone can carry the weight of the world
Combien, combien, combien de temps?

Talk about the passion
Talk about the passion

Do álbum Murmur, 1983.

sábado, 19 de julho de 2008

Turbilhão cifrado.

Jules et Jim deve ser um dos filmes mais citados em blogs e afins. O bacana é que sempre se trata de alguma coisa mais autoral, uma relação de identificação, do que propriamente informações técnicas sobre o filme.
Da minha inserção, fica a canção Le Tourbillon De La Vie, cantada e tocada ao violão pela indescritível Jeanne Moreau, mulher que caso não existissem os registros fílmicos de que participou, dificilmente eu acreditaria que pisou neste planeta. Como segue a letra da canção, encontrei uma imagem da capa da trilha em vinil que serve muito bem para ilustrar a postagem.

Le Tourbillon De La Vie (ouça aqui)

Elle avait des bagues à chaque doigt,
Des tas de bracelets autour des poignets,
Et puis elle chantait avec une voix
Qui, sitôt, m'enjôla.

Elle avait des yeux, des yeux d'opale,
Qui me fascinaient, qui me fascinaient.
Y avait l'ovale de son visage pâle
De femme fatale qui m'fut fatale {2x}.

On s'est connus, on s'est reconnus,
On s'est perdus de vue, on s'est r'perdus d'vue
On s'est retrouvés, on s'est réchauffés,
Puis on s'est séparés.

Chacun pour soi est reparti.
Dans l'tourbillon de la vie
Je l'ai revue un soir, hàie, hàie, hàie
Ça fait déjà un fameux bail {2x}.

Au son des banjos je l'ai reconnue.
Ce curieux sourire qui m'avait tant plu.
Sa voix si fatale, son beau visage pâle
M'émurent plus que jamais.

Je me suis soûlé en l'écoutant.
L'alcool fait oublier le temps.
Je me suis réveillé en sentant
Des baisers sur mon front brûlant {2x}.

On s'est connus, on s'est reconnus.
On s'est perdus de vue, on s'est r'perdus de vue
On s'est retrouvés, on s'est séparés.
Dans le tourbillon de la vie.

On a continué à toumer
Tous les deux enlacés
Tous les deux enlacés.
Puis on s'est réchauffés.

Chacun pour soi est reparti.
Dans l'tourbillon de la vie.
Je l'ai revue un soir ah là là
Elle est retombée dans mes bras.

Quand on s'est connus,
Quand on s'est reconnus,
Pourquoi se perdre de vue,
Se reperdre de vue ?

Quand on s'est retrouvés,
Quand on s'est réchauffés,
Pourquoi se séparer ?

Alors tous deux on est repartis
Dans le tourbillon de la vie
On à continué à tourner
Tous les deux enlacés
Tous les deux enlacés.


Nada mal uma traduçãozinha:

O Turbilhão
(créditos da tradução: Karen Cunha, http://queroserjm.blogspot.com/2004_04_01_archive.html)

Ela usava um anel em cada dedo.
Nos pulsos, muitas pulseiras.
Cantava com uma tal voz
Que logo me tomava

Seus olhos... seus olhos de opala
me fascinavam... me fascinavam

Sua face pálida e oval
Que mulher fatal que me foi fatal...(repete)

Nos encontramos. Nos perdemos de vista
Nos reencontramos e reaquecemos
Depois nos separamos
Para cada um, uma caminho seguido
No turbilhão da vida

Uma noite eu a revi ai ai ai
Novamente, sua visão em encantou (repete)

Ao som de banjos, reconheci
aquele sorriso que me fascinava,
sua voz tão fatal e sua bela face pálida
tocaram-me como nunca

Ouvindo-a me embriaguei...
o álcool faz esquecer o tempo
acordei sentindo beijos
na minha testa ardente...na minha testa ardente!

Nos encontramos. De vista nos perdemos
Nos reencontramos e reaquecemos
Depois nos separamos
Para cada um, uma caminho seguido
No turbilhão da vida

Uma noite, eu a revi ah lálá
e mais uma vez ela caiu nos meus braços... e mais uma vez caiu nos meus braços!

Quando nos encontramos
Por que nos desencontramos?
Quando, enfim, nos reencontramos
e nos reaquecemos
Por que nos separamos?
Então retomamos nosso caminho
No turbilhão da vida
E continuamos a rodar
os dois, entrelaçados.

Reflexões sobre a globalização

Dia desses achei uma anotação minha que deveria ser um poema mas não deu certo.
Em uma de minhas estadas na Livraria Cultura do Market Place, reparei que o trem que beira o Rio Pinheiros e me conduziu pela metade da minha jornada estava adesivado, pelo lado de fora, com estampas gigantes de anúncios de automóveis. Pensei como muitos daqueles sujeitos que tomam o trenzinho todos os dias nunca terão condições financeiras para comprar um carro.
A jornalista canadense Naomi Klein vai mais fundo no assunto. Em entrevista para os extras do documentário The Corporation, que revi esta semana, Klein comenta como os trabalhadores terceirizados da chamada zona de exportação do sudeste asiático nunca chegarão, por exemplo, a consumir os tênis de grife que eles próprios fabricam.
Enfim, só uma reflexãozinha rápida. A semana foi um turbilhão. Bom papo e boa cerveja com o Érico, bom papo com o Rodrigo e o Luiz em rápida viagem para Campinas, um pouquinho de óleo nas juntas enferrujadas, e outro bom papo com a Luciane Dorigan. Conclusão da pós-graduação, filhinho se recuperando de uma gripe. Só agora estou conseguindo postar alguma coisa.
Por falar em poemas, na hora certa vocês conhecerão os meus.

sábado, 12 de julho de 2008

Leo Genovese: mais um detaque na nova geração dos pianistas de jazz

Ouço neste momento o pianista de jazz Leo Genovese, um argentino de apenas 29 anos. Conheci o cara no disco da Esperanza Spalding, baixista e cantora, outro prodígio do jazz contemporâneo. Ainda não consegui achar os cds de Leo para trazer para o acervo da livraria, mas por enquanto vou me consolando com o Myspace, onde estão armazenadas 4 músicas de seu novo álbum, Unlocked, que sai no próximo mês.
Suas harmonias lembram muito as do Mccoy Tyner dos discos da virada dos 60 para 70, Extensions e Asante. As improvisações e alguns acordes dissonantes estão mais pra Cecil Taylor e até lembram a pianista Geri Allen, de quem já falei aqui no blog.
À parte as influências e comparações, Leo afirma querer soar "o mais distante possível da concepção humana de ritmo, melodia e harmonia." E diz que está fazendo a lição de casa direitinho.
Leo deve acompanhar Esperanza na apresentação aqui no Tim Festival. Vou tentar juntar um cascalho para conferir. Até porque, além deles, aportará nestas terras para o evento ninguém menos que Sonny Rollins, como disse o grande conhecedor de jazz Alex Canal, "o último dos bastiões".

Confiram o som de Leo Genovese no Myspace.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Brinquedo pra não brincar: exposição TOY ART MANIA no SESC Av. Paulista

Hoje saí do trabalho e fui à exposição TOY ART MANIA, no SESC Av. Paulista. Além de prestigiar o trabalho (foto à esq.) do meu irmão, Bruno Oliveira, conheci obras de vários outros artistas bacanas, brasileiros e estrangeiros, como a dupla UNKL, formada pelos americanos Derek Welch e Jason Bacon. O trabalho da foto à direita é deles. As obras do pessoal da TOSCO também são sensacionais, e não dá pra esquecer dos robôs da TROYART e dos fetos do Arthur d'Araujo.
A Toy Art contém um paradoxo inerente à sua forma. É arte, mas com produção em série. Teria a obra de Toy Art perdido a aura como pontuou Walter Benjamin em seu A Obra de Arte na era de sua reprodutibilidade técnica? As crianças grandes responsáveis pelos trabalhos que vi hoje dão alguma importância a isso? De qualquer maneira, há de se pensar que a unicidade da obra é comprometida. Mas isso acaba sendo relativo, já que muitos trabalhos são sim reproduzidos, mas em séries limitadas. A Toy Art é um braço do desing. Como muitos dos artistas do segmento têm formação de designers, a reprodução em série é inevitável. Ademais, as peças são usualmente utilizadas como objetos de decoração. Reflexões à parte, os trabalhos são de um rigor em detalhes e um capricho que valem à pena conferir. Tecidos, resina e polímeros são algumas das matérias primas mais comuns.
A exposição está no Sesc Av. Paulista até 10/08. Entrada franca.

Profissão de Homem-Placa agora tem plano de carreira

Os sexagenários homens-placa que encontramos nos centros das grandes cidades brasileiras, geralmente anunciando que seus empregadores compram ouro ou tiram fotos 3x4, acabaram se tornando fonte de inspiração para o mercado imobiliário.
No entanto, os idosos não tem vez com as placas e bandeiras de apartamentos à venda, já que os locais de divulgação desses empreendimentos são no geral ermos, e o novo homem placa, também conhecido como homem-seta, quase sempre trabalha debaixo de sol forte. Eis então uma oportunidade de emprego para jovens que lutam por alguma forma de ganhar o seu dinheirinho enquanto não conseguem um emprego formal.
Para aturar o tempo em pé, segurando a placa ou carregando a seta no pescoço, vale tudo. Dia desses uma mocinha escorou uma baita placa que estava segurando e, devidamente protegida atrás da propaganda, falava pelos cotovelos ao celular, provavelmente com uma outra amiga plaqueira noutro ponto da cidade. Coitada se o empregador descobre. Amarra a placa no poste e não paga mais nada a ninguém.
Mas a sensação do momento são mesmo os homens e meninas-seta. Com uma placa em forma de seta, indicam a direção do empreendimento para os motoristas que transitam por via próxima. Semana passada quase parei para perguntar a uma moça se o contrato de trabalho dela previa tratamento para L.E.R., pois além de segurar a seta tinha que ficar acenando com o braço na direção do local. Isso é que é freqüência eficaz de publicidade, o resto é bobagem!!!! Só a minha amiga Mariana Gresta viu cena mais curiosa. Para agüentar a lida, um rapaz simpatizante do dito rock pauleira, levava à esquina onde trabalhava seu discman, ipod ou coisa que o valha. E não é que de repente o jovem se empolgou com algum solo de guitarra virtuoso que ouvia e achou que a seta era uma instrumento musical? Mandou ver no Air Guitar!!!! Já que não desviou a seta da direção correta, o patrão não teve queixas.
Até o cineasta Hector Babenco homenageou os homens-placa no ano passado. Para divulgar a 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, se caracterizou como um deles, carregando placas que não vendiam ouro, mas cinema.
Dura vida a dos homens-placa, que dizem que alguém compra ouro mas acabam não vendo nenhum. O jovem-seta, por sua vez, dificilmente habitará um dos luxuosos apartamentos para os quais aponta. O jeito é aumentar o volume da seta-guitarra e mandar brasa!!!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Imperdível: a inspiração para o 'look' de Amy Winehouse!!!

Ninguém jamais provou uma das lendas mais comentadas do mundo pop: as pinturas faciais dos Secos & Molhados teriam inspirado o Kiss, e não o contrário. Hoje, no entanto, o Ricardo Schil, que trabalha comigo, fez uma observação pertinente sobre o look um tanto bizarro da estrela mor do pop mundial na atualidade, que me fez lembrar a polêmica dos mascarados e de quem influenciou quem. Winehouse se inspirou na personagem Dona Bela, vivida por Zezé Macedo na Escolinha do Professor Raimundo. Seria a cantora uma fã enrustida dos programas do Chico Anysio? De qualquer maneira, enfim Zezé Macedo tem o reconhecimento internacional que merece. E para você que acha que estamos simplesmente tirando sarro, fica o chavão: uma imagem vale mais que mil palavras. Pena que não achei uma foto de corpo inteiro da Zezé como Dona Bela. A comparação ia ficar muito mais evidente!!!!!

domingo, 6 de julho de 2008

Beck lança 'Modern Guilt' terça-feira nos EUA

Na próxima terça-feira, além de completar 38 anos, Beck lança seu oitavo disco, Modern Guilt. Em canal homônimo no Myspace já é possível ouvir quatro faixas do novo trabalho: Orphans, Gamma Ray, Modern Guilt e Chemtrails, as quatro primeiras exatamente nessa ordem. A produção ficou por conta do prolífico Danger Mouse, mais conhecido por seu trabalho como segunda metade do Gnarls Barkley.
Sempre considerei o trabalho de Beck instável: Mellow Gold é interessante, Odelay imbatível, Mutations sublime, Midnight Vultures mediano e Sea Change chato. Guero e The Information, para ser sincero, ouvi muito pouco, mas o segundo é mais empolgante que o primeiro.
A prévia que ouvi de Modern Guilt me agradou bastante. Orphans abre o disco com o misto de clima folk e dançante que notabilizou Beck; Gamma Ray, minha predileta, resgata a guitarra sessentista (mas dessa vez sem o fuzz) de outras boas músicas como Devil's Haircut e Diamond Bollocks; a faixa título, com batida mais tribal e baixo e piano bem marcados, também convida a dançar; por fim, Chemtrails é melancólica mas sem perder a batida, lembrando as viagens mais etéreas do Moby. Para um disco com dez faixas, achei a média um tanto animadora.
Em 2001, a organização do Rock In Rio III jogou pérolas aos porcos e Beck foi massacrado pelos adolescentes fãs do Foo-Fighters. Eu estava lá e o show foi muito bacana, mas não era pra múltidão ao ar livre. Ele tinha que tocar em espaço fechado, só para o seu público, num Free Jazz por exemplo. Seus fãs de verdade ficamos com sensação de algo faltando, o resto do público extremamente incomodado com aquele som "esquisito". Uma pena.
Modern Guilt não tem previsão para sair no Brasil.

Expo Star Wars Brasil chega ao fim e Conselho Jedi SP prepara visita especial!

"ENCONTRO ESPECIAL DO CJSP NA EXPO! - 13/07/2008
Dando prosseguimento à série de atividades especiais do Conselho, que vão até a grandiosa JEDICON 2008, é com muito orgulho que comunicamos a nossa próximo ENCONTRO ESPECIAL DO CJSP, que vai acontecer... DENTRO DA STAR WARS EXPO BRASIL!!!

É isso mesmo: A Expo está indo embora, então vamos aproveitar um pouco mais dela e fazer uma bela festa de despedida pra lembrarmos com muito carinho destes momentos.
Estamos reservando uma série de atividades únicas e bastante especiais, como apresentações do Blades e do G-3TO, além de um bate-papos sobre SW sobre os próximos acontecimentos da saga, e também com os próprios organizadores da Expo!

Nosso encontro acontece no domingo que vem, dia 13 de julho a partir das 16 horas, e terá meia entrada para todos os membros do CJSP!

Então não perca heim?!

Encontro Especial do CJSP na Expo Star Wars Brasil!
Data: 13 de julho de 2008
Local: Parque do Ibirapuera - Oca
Horário: 16:00 horas
Ingresso: Meia-entrada para membros do Conselho Jedi São Paulo
04/07/08 - 12:30:55"

Mais informações: http://www.conselhosp.com.br/

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Antes de Amy Winehouse, Sharon Jones!

Falei dois dias atrás de Amy Winehouse, infelizmente sobre a perspectiva nada animadora de seu futuro, já que um enfisema pulmonar foi diagnosticado na cantora. Bom saber que sua performance no Rock In Rio Madri foi elogiada e ela deixou o palco ovacionada pelo público.
Lembram-se que no final do meu post indiquei a cantora Duffy como seguidora do resgate musical de que Amy fora responsável? Uma das responsáveis, melhor dizendo, pois há de se fazer justiça a Sharon Jones, que pode ser considerada a grande madrinha desse revival da soul music. Sua banda, os Dap-Kings, se apresentou várias vezes com Amy nos últimos tempos e influenciou muito o conceito musical do álbum Back to Black. Fora isso, Jones faz uma releitura muito mais pura e não somente musical do soul. Basta conferir a estética da capa de seu último disco, 100 Days, 100 Nights (2007).
Frank, o disco anterior de Amy, é bom mas não tem o impacto de Back to Black. Falta unidade sonora, e entre uma balada melosa e outra, a influência mais evidente é a da cantora Lauryn Hill, referência mais contemporânea e marcada com as batidas do hip hop.
Enquanto Amy e Duffy ainda estão na casa dos 20 anos, Jones já beira os 40. Não é à toa que tem maturidade para rebater com elegância as comparações com Amy, plantadas á rodo pela mídia. Para Jones, se Amy ganhou um disco de platina, bom para seu grupo, os Dap-Kings, que ganharam uma platina também.

Ouçam Sharon Jones, Amy Winehouse, Duffy, Lauryn Hill. Grandes vozes, diferentes gerações, nunca excludentes.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Gogol Bordello lança disco no Brasil!!!

Gipsy Punk? Isso mesmo! Imagine um Dead Kennedys com acordeon, e você vai ter uma idéia do som do Gogol Bordello, grupo formado em Nova Iorque em 1999, que tem no punk e na música cigana do Leste europeu suas principais influências. A Deckdisc vai lançar na segunda quinzena de julho o disco mais recente do grupo, Super Taranta, de 2007, o que torna as coisas bem mais acessíveis para quem não conhece o trabalho deles, já que a edição nacional custará R$ 29,90 enquanto a importada é R$ 59,90.
O vocalista da banda, o ucraniano Eugene Hutz, tem um estilo e tanto, roupas coloridas, um bigode ao estilo Mario Bros, cabelo amarfanhado. Hutz está morando no Rio de Janeiro há alguns meses, onde tem organizado, no bairro da Lapa, festas de música cigana que são o maior sucesso. Em entrevista à Rolling Stone do mês passado, Hutz prometeu shows no Brasil para o final do ano.
As letras também são divertidíssimas, non sense total: "Você já foi a um casamento americano? / Onde está a vodca e o arenque defumado? / Onde está a comida que duraria 3 dias? / Onde está a banda de Fanfarra? / Que vai tocar a festa 24 horas por dia." Guardadas as proporções da tradução matusquela, é isso. Pura música para festas, mas daquelas regadas a grandes jarras de cerveja, porque apesar de influência do Leste Europeu, a música cigana que influencia o grupo lembra muito a música alemã. Com as guitarras devidamente distorcidas, é claro!

Confiram:
Gogol Bordello no Myspace
Encomendas do disco, na Cultura é óbvio!

terça-feira, 1 de julho de 2008

They tried to make me go to rehab I said no no no!!!

A rebeldia de Amy Winehouse pode lhe custar a vida. Ela está com enfisema pulmonar, com apenas 24 anos. Se não parar de fumar e usar drogas, pode morrer nos próximos três meses. Na última semana, foi internada e saiu de clínica de reabilitação (Rehab!!!). A saída aconteceu em virtude de sua participação no show de homenagem aos 90 anos de Nelson Mandela, em 27/06. Ela parecia bem e sua voz pelo menos saia sem falhar. Dois dias depois, no festival de Glastonbury, Amy perdeu a noção de novo, sua voz voltou a falhar e ela esmurrou um fã. Isso mesmo. Chegou próxima à grade que separa os fãs do palco e, enquanto cantava, do nada, disparou as porradas. Voltou então para a clínica, sem pirraça e sem "no, no, no".
O que me dá mais pena, além do talento dela é claro, é o fato de ter chegado ao estrelato com referências e influências que não são evidentes modismos. Sua música remete aos grupos vocais femininos da Motown, como The Supremes e Martha & The Vandellas; ao ska do início dos anos 80 (ela inclusive toca Monkey Man, do The Specials, em seus shows); e da cantora Lauryn Hill. E mesmo não se inspirando em modismos, Winehouse criou tendência. Já ouviram falar na cantora Duffy e seu disco Rockferry?