quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Herói de Papel não Envelhece: 70 anos de Batman no SESC Pompéia

Está em cartaz até 04/10 no SESC Pompéia a exposição Herói de Papel não Envelhece, em homenagem aos 70 anos do homem morcego. São no total sete ambientes: dois com edições raras e básicas do Batman e mais um mini documentário em formato de HQ; uma sala com reproduções de capas históricas de várias HQs de heróis mais edições raras, de Flash Gordon a Dick Tracy; uma gibiteca e um espaço lúdico, este com quebra cabeças e jogo de tabuleiro gigante no chão; um espaço de oficina de atuação, onde jovens aprendem o conceito de onomatopéia e montam cenas reproduzindo os quadros estáticos das HQs; por fim, uma sala dedicada a HQs nacionais e seus heróis, com destaque para o Capitão 7.Um ingrediente especial do espaço é a ambientação, sempre realizada com muito capricho pelo SESC. Me lembrei de feiras de HQs que eu frequentava lá quando menino. Entre as edições raras do morcego vale destacar as da Ebal, desde os anos 40, e a primeira do Cavaleiro das Trevas, que nem sequer mencionava na capa o nome do então pouco conhecido Frank Miller. Entre os portfólios com capas de HQs antigas descobri que nas primeiras aventuras do Demolidor editadas por aqui ele era o Defensor Destemido (com certeza para remeter à sonoridade do Daredevil). Mesmo que o mini documentário não traga novidades para os mais aficionados pelo Batman, vale assitir pelo belo trabalho de roteiro, edição e efeitos, de Alexandre Callari e Alexandre Nakahara respectivamente. Callari, aliás, foi quem emprestou sua coleção de raridades para a montagem da exposição.

Enfim, um ambiente muito bacana, com entrada franca e atrativos tanto para especialistas quanto para leigos. Só no tempo em que permaneci lá, cerca de duas horas, três grupos de escolas visitaram o espaço. Há também palestras e oficinas com hora marcada, se não me engano às quartas e domingos.
Mais informações:
Tel: 3871-7700 ou 0800 118220
e-mail: pompeia.sescsp.org.br

Deriva, Desvio ou Deturpação: Manual de Como Não Fazer

Após longeva gestação eis o disco de estréia do Deriva. Mas antes, se faz necessária apresentação desses cinco cidadãos paulistanos que nos presenteiam com sons e idéias tão criativos. Bruno (D), Diogo (B), Nóia (G), Snorks (G) e Viny (V) juntaram suas experiências e vivências para criar uma banda que não é punk nem hardcore, não é jazz nem dub, mas ao mesmo tempo tudo isso junto. Suas melodias são suaves e violentas, dissonantes e naturais, enfim, marcantes porque antitéticas. Uma música que nunca é linear à medida que nunca acaba como iniciou, no mesmo ritmo e com a mesma estrutura.
O som do grupo serve o propósito de amparar canções e idéias que protestam sem clichês, apesar de tratar, eventualmente, de assuntos tão exaustivamente visitados como a Sociedade do Espetáculo de Guy Debord. O conflito entre o indivíduo e o coletivo é tema constante nas letras, inclusive os derivas captam precisamente em que ponto os dilemas dessas duas instâncias dialogam, coincidem. Tão complexa quanto a música do quinteto é a motivação para a escolha dos títulos das canções, tão irreverentes quanto enigmáticos.
O Deriva já lançou outros registros desde sua formação, em 2004, mas este Manual de Como Não Fazer é o primeiro lançamento em formato, digamos, mais próximo do que conhecemos como um LP. São 10 faixas que contemplam bem o que a banda é hoje, madura tanto pela constância de apresentações ao vivo quanto pelo processo de gravação do registro. “68-98” não foi uma escolha aleatória para a abertura do disco. Cartão de visitas da banda, a canção resume muito da proposta do grupo. Experimente ao vivo, uma paulada! E o melhor é que os derivas levaram esta vibração para a gravação, coisa que nem todo mundo consegue quando entra num estúdio. “Michelle Bernstein sobrevivia de horóscopo de cavalo” quebra o ritmo e arrisca até a te tirar pra dançar, mas só até o momento em que as guitarras passam a passear aleatórias em eventuais encontros que só parecem casuais. “Helicóptero”, dub tenso que dá a sensação exata dos ‘helicópteros a sobrevoar’ uma zona de conflito que pode ser em qualquer lugar desse planeta, revela desfecho surpreendente: intenso, suave e preciso, quem sabe trilha para inspirar os revolucionários a abater os tais helicópteros. “Admitindo-se isso, tudo mais decorre” é um retrato entrecortado de desilusões, momento de encarar que às vezes nos vemos transformados naquilo que mais combatemos. “El jardín de infantes es uma carrera mamá?” é um dos melhores momentos do disco, na letra, nas passagens, no poder de síntese. Segue-se o soco na boca do estômago “Lemas da fachada branca”, com bateria cadenciada e tribal. “Suor, calafrios e náusea”, que um dia já foi “Teoria e Prática” (sim, os derivas tem o hábito de criar letras e títulos totalmente novos para suas músicas), promove uma quebra na seqüência intensa que vinha desde “Admitindo-se”, com ritmo mais arrastado, preparando os ouvidos para “Bruno #2” e “Rua Manoel Jose Ratão”, canções que concentram o momento mais viajante e expansivo do disco. “Mate um formador de opinião”, décima faixa do álbum, traz o desfecho perfeito, e como os derivas são sujeitos de palavra, que cantam e tocam o que são, vivo hoje recluso e escondido, sob pena de pagar com minha vida as linhas que você acabou de ler.

domingo, 20 de setembro de 2009

IV Seminário Comunicação e Sociedade do Espetáculo

Os estudos e discussões do Grupo de Pesquisa da Comunicação na Sociedade do Espetáculo são pautados por uma reflexão crítica dos vínculos entre as práticas comunicacionais e as características da Sociedade do Espetáculo e buscam promover o entendimento racional do mundo, visando uma ação transformadora. Nesta quarta edição do evento, os pesquisadores do Grupo apresentam os resultados de pesquisas sobre novas vertentes relacionadas ao tema, incorporando, também, discussões realizadas pelo Grupo de Estudos da Teoria Crítica da Comunicação.
OBJETIVOS
Discutir conceitos a respeito da Sociedade do Espetáculo e seus vínculos com a teoria crítica da comunicação e analisar os seus desdobramentos na prática jornalística e suas interfaces com a política e a cultura, inclusive nas esferas da cultura de consumo e da cultura de rede e interatividade.
FICHA TÉCNICA
Local: Faculdade Cásper Líbero - Avenida Paulista, 900 – 5º andar – Sala Aloísio Byondi
Data: 02 e 03 de Outubro de 2009
Horário: das 15h00 às 21h30 na sexta-feira e das 09h00 às 15h00 no sábado
Promoção: Programa de Pós-Graduação – Mestrado
Coordenação: Grupo de Pesquisa da Comunicação na Sociedade do Espetáculo
Organização: Centro de Eventos Cásper Líbero
Inscrições: Gratuitas pelo site da faculdade - vagas limitadas, por mesa
(havendo disponibilidade, podem ser efetuadas no local do evento)
Certificados: Para participantes com pelo menos 75% de participação
PROGRAMA PRELIMINAR
02 DE OUTUBRO – SEXTA-FEIRA
15h00 - Recepção aos participantes
15h15 - Abertura – Prof. Dr. Dimas Kunsch – Coordenador da Pós-Graduação e
Prof. Dr. Cláudio Coelho – Coordenador do Grupo de Pesquisa Comunicação na Sociedade do Espetáculo
15h30 Mesa 1 – Jornalismo e Política
Debatedora: Maria Goreti Juvêncio Sobrinho
Palestrantes: Kátia Saisi, Jaime Patias, Rodrigo de Carvalho, Gabriel Kwak e Eliane Calixto
18h00: Intervalo
19h00 Mesa 2 – Jornalismo na Contemporaneidade
Debatedora: Genilda Alves de Sousa
Palestrantes: Carlos Sandano, Mara Rovida, Regina Baldessar e Emerson Coan
21h30: Encerramento das atividades do primeiro dia
03 DE OUTUBRO – SÁBADO
9h00 Mesa 3 – Espaços Urbanos e Cultura de Consumo na Sociedade do Espetáculo
Debatedor: Maurício Luis Marra
Palestrantes: Solange Verri, Ethel Pereira e Gabriel Lage Neto
10h40 Intervalo
11h00 Mesa 4 – Cultura de Rede e Interatividade na Sociedade do
Espetáculo
Debatedor: Newton Molon
Palestrantes: Vander Ezequiel, Gilda Azevedo, Igor de Oliveira e Heloísa Rocha
12h40 Intervalo para almoço
14h00 Mesa 5 – Jornalismo e Cultura
Debatedor: André Luiz de Barros
Palestrantes: Antonio Luiz Duran, Márcia Rosa e Carolina Goos
15h20 Intervalo
15h40 Mesa 6 – Perspectivas da Transformação da Sociedade do
Espetáculo
Debatedor: Cláudio Coelho
Palestrantes: Maria Ribeiro do Valle (UNESP-Araraquara), Fábio Cardoso e Gilberto da Silva
17h00 Encerramento

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Matisse na Pinacoteca

Com meu pífio conhecimento de artes plásticas, o que mais me chama a atenção na arte de Henri Matisse é a coerência entre seu discurso e sua obra. Os textos elucidativos que acompanham os trabalhos expostos na Pinacoteca ressaltam esse aspecto, sobretudo na sala dedicada a naturezas mortas. Também vale perder (ganhar!) uma horinha com o documentário sobre o projeto da capela de Vence, obra-prima absoluta.