segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

In the Fishtank, V.9

Só o Bubu mesmo pra me arrumar esse disco!!! Um selo holandês chamado Konkurrent montou o projeto In the Fishtank, que já conta com 9 volumes. São convidados para entrar em estúdio artistas que estejam excursionando pela Holanda. Esses artistas, por sua vez, convidam outros artistas com quem queiram tocar juntos. Tudo tem que ser gravado em 1 ou 2 dias e o resultado é um CD de cerca de 30 minutos com alguma coisa sempre bastante improvisada. Ganhei no Natal do meu irmão, o tal do Bubu, o v. 9 da coleção, com Sonic Youth (sem Kim Gordon), Luc e Terry Ex (The EX), e os jazzistas holandeses William Winant, Ab Baars, Han Bennink e Wolter Wierbos, da ICP(Instant Composers Pool) Orchestra. Sinceramente não é aquele disco que você vai ouvir todo dia, mas que é coisa fina é. Classificar de experimentalismo é no mínimo reducionista, o negócio vai mais além, até porque apresenta música sem um dos seus princípios elementares, que é o ritmo. Fiquei curioso para conhecer o resto da coleção.

Finalizando, muito provável que este seja o último post do ano, porque eu estou com uma baita preguiça, coisa normal que nos ocorre no final do ano!

Feliz 2009 a todos!!!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Tarantino's Mind

Esse curta quem me indicou foi meu amigo Bernardo Torres. Dois amigos, interpretados por Selton Mello e Seu Jorge, conversam num bar sobre as conexões entre os filmes de Tarantino.
Imperdível, tanto pela teia de relações que o personagem de Seltom Mello estabelece quanto pela interação do personagem de Seu Jorge, que é hilária. Segue o link:

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

DIS 1: Nova música experimental, novos artistas visuais





Pessoal,
Meu irmão Bruno Oliveira é um dos artistas envolvidos no projeto. As bandas que estão no cd também são muito bacanas, e estão fazendo shows em todo o país para divulgar o material.
Mais informações: http://www.dissenso.com.br/
Abaixo release do jornalista Alex Antunes:
"DIS#1 é o primeiro de uma série – uma publicação que reúne diversos artistas na área das artes plásticas, gráficas e fotografia a bandas de música contemporânea (neste volume, Ruído/mm de Curitiba, Constantina de Belo Horizonte, Fóssil de Fortaleza e Labirinto de São Paulo). Mas esse lindo CD-livrinho é mais intrigante do que isso – ele é um sintoma de algo maior e importante. Há uma nova sensibilidade artística no ar. Pode parecer algo pomposo ou exagerado de se dizer, mas uma simples observação na produção de (certos) jovens artistas, alguns deles presentes neste DIS#1, mostra a retomada de uma inteligência e um vigor pop que não se via desde o final dos anos 70. E “pop” aí não vai no sentido vulgar de “comercial”, mas naquele sentido original dos anos 60: a pop art como uma interface entre a produção cultural voltada para o consumo de massa e a própria crítica desse consumo; Andy Warhol e os Beatles seriam os exemplos mais notáveis desse jogo duplo. Ao longo dos anos 70, a ruptura da dicotomia entre comercial e experimental – ou “alta” e “baixa” cultura – foi apropriada por músicos como o Roxy Music e o Kraftwerk. Nos 80, a geração pós-graffiti de Basquiat e Keith Haring já vivia essa saudável “indiferenciação” nas artes visuais, e é nesse ambiente que vivemos agora. A street art, com seus pôsteres e adesivos, a toy art, os quadrinhos, os livros de arte e o pós-rock são exatamente a especialidade da casa Dissenso, misto de loja, selo musical, estúdio e núcleo propulsor de idéias. Já trabalhando em parceria com artistas de várias linguagens, produzindo desde impressões em silk screen à gravações sonoras e encontros festivos, a Dissenso está se transformando num pólo de convergência e realização. Eles escolheram um mote para os músicos e ilustradores participantes desta edição – o termo “etéreo”. É amplo o suficiente para permitir diferentes viagens, mas ao mesmo tempo sugere uma certa unidade conceitual para o projeto. As quatro bandas, nesta edição, são instrumentais. Ou seja, as vozes, quando aparecem, fazem apenas vocalizações dentro dos arranjos. Mais ásperos no caso do Fóssil, mais abstratos no do Constantina, mais climáticos no de Ruído/mm e Labirinto, mas sempre muito envolventes, expandindo a linguagem do rock para universos inusitados. O sexteto Ruído/mm (ruído por milímetro) se define como "uma teia de sonoridades exploradas à exaustão", utilizando instrumentos como acordeon, escaleta, teclados, harmonium, violino, flugelhorn, bateria, baixo e guitarras modificadas e tratadas. O agora power trio Fóssil é uma das bandas mais reconhecidas da nova cena instrumental brasileira, e explora sons densos trabalhando a ambiência, as dinâmicas e o improviso. O Labirinto assume a influência de trilhas de cinema e artistas experimentais (do pós-punk e pós-rock ao erudito), e agrega instrumentos como o violoncelo, o violino e a eletrônica à instrumentação usual. Finalmente, o mineiro Constantina incorpora às guitarras pós-roqueiras interferências eletrônicas, num contexto mais minimalista. Quanto aos artistas visuais envolvidos (Alice Freire, André Firmiano, Andrea Kulpas, Binho Barreto, Bruna Canepa, Bruno Nunes, Bruno Oliveira, Denise Alba, Felipe Diaz, George Frizzo, João Ruas, João XXIII, Joaquim Prado, Lucas Biazon, Marcos Brias, Marina Moura, Mario Ladeira, Nelson Luiz, Pedro Lucena, Renata de Bonis, Ricardo Akn e Thais Beltrame.), seria difícil fazer algum destaque – é grande a força expressiva de todos eles, dentro do formato próximo de um postal. DIS#1 é a porta de entrada em um mundo criativo e generoso, delicado e assombroso, divertido e intrigante."

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

R.E.M. - 11/11/2008 - São Paulo

O que dizer sem ser repetitivo?

Quando vi o R.E.M. no Rock In Rio 2001 passei a me interessar mais e mais pela banda. Show maduro e sincero. Ontem, em São Paulo, pude viver muito mais intensamente a experiência, até porque conheço mais o trabalho dos caras. Um ponto importante que acho que vale ressaltar é o fato do repertório dos shows no Brasil contemplarem muitas músicas dos discos mais recentes da banda. Isso é sinal de evolução e credibilidade. Fiz, por exemplo, um paralelo com os Rolling Stones, válido guardadas as devidas proporções. Os Stones vem lançando uns discos medíocres e sustentam suas turnês com as mesmas músicas de sempre, os clássicos dos 60 e 70. Seria como se o R.E.M. só tocasse músicas dos 5 primeiros álbuns, entendem?
Enfim, o show foi ótimo, para os olhos e ouvidos, e vale destacar alguns detalhes: 'Orange Crush' foi uma experiência ímpar; as músicas de Accelerate são uma paulada ao vivo; podem achar batida, mas 'Losing My Religion' é uma grande canção mesmo!; os caras tem Automatic for the People em alta conta, se não me engano é o disco que mais emprestou canções para o show; guitarra Rickenbacker é um troço mágico mesmo, e Peter Buck soube forjar seu estilo em uma; Mike Mills é um cérebro para o organismo R.E.M.; Michael Stipe é alguém realmente especial!

sábado, 8 de novembro de 2008

Festa Klingon!


Dia 17/11, segunda-feira, acontece na Livraria Cultura do Conjunto Nacional um debate sobre cultura Klingon, por ocasião do lançamento da HQ Jornada nas Estrelas - Klingons: Herança de Sangue. O evento começa às 19:30 e tem duração prevista de duas horas.

"It isn't you, isn't me, search for things that you cant see..."

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Arnold Layne, Telecasters, Oasis e afins

Dia desses estava eu lendo na internet matérias sobre a repercussão do lançamento de Dig Out Your Soul, disco novo do Oasis. O site do Estadão trazia trechos de entrevista com Lian Gallagher, em que este citava que a primeira música do disco, Bag it Up, tem referências da canção Baron Saturday, do The Pretty Things. La fui eu então ouvir os Pretty Things. Encontrei um vídeo no Youtube e enquanto ouvia a música abri outra janela para dar uma pesquisada em preços de guitarras Telecaster. Só vou comprar uma no ano que vem mas não custa já ir olhando.
Assim que o vídeo terminou, como de costume o Youtube me sugeriu outros dois vídeos relacionados, e um deles era uma gravação ao vivo do Pink Floyd original tocando Arnold Layne.
Prontamente iniciei a execução, e lá estava Syd Barrett com a sua Telecaster, que beleza de sonoridade! Em mais uma divagação de hiperlinks e intertextos, fui ao Wikipedia procurar quem diabos é o tal do Arnold Layne. E pasmem: o cidadão que inspirou o primeiro single do Pink Floyd era um travesti de Cambridge que roubava roupas dos varais das senhoras da cidade para se vestir, conta Roger Waters. Pois as progenitoras de Barrett e Rogers foram duas das vítimas das gatunagens de Layne, daí a homenagem. Vale inclusive lembrar os primeiros versos de Arnold Layne:
.
Arnold Layne had a strange hobby
Collecting clothes
Moonshine washing line
They suit him fine
.
Para completar a viagem (propício, não?), o Youtube sugere mais um vídeo: David Gilmour tocando Arnold Layne na turnê de seu disco On an Island. Até o cara que parece ter nascido com uma Stratocaster pendurada no pescoço se rendeu à Telecaster para tocar Arnold Layne. Confiram o vídeo aí embaixo. Ainda tem Rick Wright nos teclados e David Bowie nos vocais!!!


quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Fanboys: pra nerd nenhum botar defeito!

Estréia em 06/02/09 nos E.U.A. Fanboys, que traz no mínimo alguns bons motivos para levar os fãs de cultura pop aos cinemas (tomara que não demore a chegar aqui!). O filme, bem no clima Sessão da Tarde, conta a história de 4 jovens que planejam invadir o Rancho Skywalker, a meca da criação da saga Star Wars. Além, é claro, do próprio tema ser engraçadíssimo, já que o rancho é intransponível para pessoas comuns como nós, a profusão de referências, não só a SW mas a outros filmes de ficção científica, garante a alegria dos nerds. Outra película bem parecida é Detroit Rock City, em que também 4 garotos vivem uma verdadeira aventura para chegar a um show do Kiss. O ator Sam Huntington, inclusive, está nos dois filmes. Duas ótimas pedidas para os já citados nerds, para os fãs de comédias pastelão e dos filmes de Kevin Smith (que inclusive está no elenco de Fanboys). Se você compreendeu pouco ou nada do que eu acabo de escrever, veja se o trailer aí embaixo esclarece alguma coisa. Se não, ainda há tempo para um intensivão geek!!!




Postado também no Blog da Cultura.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Blog da Cultura

A Livraria Cultura agora também tem blog.

Muito bacana reencontrar na net os amigos do trabalho falando de tudo que a gente mais gosta: música, cinema, livros, enfim, cultura. Já começou a rolar interação de outros internautas que não funcionários da casa. Eu por enquanto não estreei por lá, mas em breve começo a escrever. O campeão de postagens é o Dionisius, que já conhecemos por aqui pelo seu blog pessoal, Ain't Talkin'. Legal ler o Alex Canal, paladino absoluto do blues, do jazz e da Enterprise!!!! Resumindo, muito prazeroso levar pra casa um pouco mais do que cada colega de trabalho tem de bom mas que pela correria do dia-a-dia nem sempre conseguimos compartilhar.

sábado, 1 de novembro de 2008

Angel Dust: o auge do Faith no More

Uns tempos atrás eu estava doido pra ouvir Angel Dust, do Faith no More. O disco só estava disponível em edição importada e o vinil do meu amigo Snorks está riscado. Mas não é que o famigerado mercado fonográfico brasileiro deu uma dentro!!! A Warner lançou, em Setembro passado, a série 2 em 1, com dois discos de um mesmo artista na mesma embalagem, por convidativos R$ 29,90. A edição é bem simples, não tem encarte nem nada, mas vale à pena. Tem ZZ Top, Stone Temple Pilots, Stooges, REM, e é claro, o motivo dessa postagem, Faith no More, com a dobradinha The Real Thing e Angel Dust.
Depois de ouvir obsessivamente os dois cds comentei com alguns amigos que Angel Dust é o melhor FNM, mas fui imediatamente surpreendido por veementes réplicas de descrença, todas afirmando que The Real Thing é o mais bacana. Gostos pessoais à parte, acho que dá pra dizer que The Real Thing é o disco do estouro e Angel Dust o da maturidade. Sustento meu argumento em primeiro lugar por conta da sonoridade dos dois álbuns. O primeiro soa estridente demais perto do segundo, este sim mais encorpado. Parece que a banda estava buscando um objetivo que finalmente alcançou em Angel Dust. O que causa a impressão de que o disco é fraco são as duas músicas escolhidas para trabalho (rádios, videoclipes, etc.) quando do lançamento do disco. Gosto de Midlife Crisis e A Small Victory, mas estão longe de serem as melhores músicas do disco. Land of Sunshine, que abre o álbum, e Everything's Ruined, são as minhas prediletas.
Passei uma noite caçando no Youtube vídeos da banda na época da turnê do disco, coisa que não vimos por aqui. O FNM veio ao Rock in Rio 2, divulgando The Real Thing, e em 1995 no Mosters of Rock, na turnê de King for a Day.... É impressionante ver os caras tocando as músicas de Angel Dust ao vivo, ainda com Jim Martin na guitarra. Se você gosta do FNM e há tempos não ouve os discos dos caras, revisite Angel Dust, sem dúvida o auge da banda.


domingo, 26 de outubro de 2008

Nova tatuagem, por Fabrício Oliveira


Mais uma que fiz com meu irmão, que está trabalhando cada vez melhor!!!!

sábado, 25 de outubro de 2008

Zero: Ignácio de Loyola Brandão


Há poucos dias terminei a leitura de Zero, do Ignácio de Loyola Brandão, mais um volume que encontrei na surpreendente biblioteca de meus pais. Faz mais ou menos um ano, em um evento de escritores jornalistas no Memorial da América Latina, Loyola participou de mesa redonda sobre a Revista Realidade, junto com Jose Hamilton Ribeiro e Milton Severiano, e falou sobre sua matéria prima para a construção de Zero: nas redações de jornais e revistas por onde passou durante o período da ditadura militar, recolheu várias matérias censuradas dos peródicos. Esses fatos bizarros que nunca foram publicados são o pano de fundo para a existência do desgraçado Jose Gonçalves, morador da América Latíndia, país cheio de regras e paranóias, onde os poderes se fundem e confundem, Igreja e Estado exercem uma ditadura nefasta e o dia-a-dia dos cidadão comuns é um verdadeiro caos. A narrativa truncada, com sucessões de notícias de jornais e dos acontecimentos envolvendo José e os personagens da sua história, acaba dando um ritmo surpreendente à historia, contada em liguagem enxuta, simples e contudente. No ano passado eu tinha lido Não Verás País Nenhum, o romance mais importante da carreira de Loyola em virtude de sua repercussão em todo o mundo. As duas obras são distopias que não perdem em nada para os grandes clássicos do gênero, como 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Bacana é ver esse tipo de reflexão com a realidade brasileira como pano de fundo. Loyola continua sendo um grande cronista da vida quotidiana, observador astuto das coisas mais simples que permeiam nosso dia-a-dia e com certeza são as melhores inspirações para grandes histórias.

domingo, 19 de outubro de 2008

Chefão na tela grande!!!


A 32ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo oferece este ano, no Cine Sesc, 2 sessões de O Poderoso Chefão, com uma cópia em 35mm e restaurada. Haverá uma sessão hoje, 19/10, às 17:20, e a outra foi há algumas horas. Tive a oportunidade de viver essa experiência única, de assistor esse clássico na tela grande!!!
Rever, dessa vez no cinema, tudo o que faz de Chefão um filme inesquecível foi realmente especial: a atuação memorável de Marlon Brando, a trilha sonora de Nino Rota, e a diferença que faz ter como roteirista de uma adaptação cinematográfica o próprio autor da obra no papel. De tantas seqüências memoráveis, destaco a que para mim divide o filme em duas partes, e que no cinema ficou ainda mais impactante: a da visita de Michael Corleone a seu pai no hospital, que define a reviravolta do personagem de Al Pacino na trama.
Na saída do cinema, uma boa chuva forte para expurgar corpo e alma do tapa na cara que a saga dos Corleone dá na gente. Nada melhor que o drama da tela (telona nesse caso!!!) para nos destrair momentaneamente das tragédias da vida, que a televisão de minuto em minuto não nos deixa esquecer.

sábado, 18 de outubro de 2008

"Can't breath 'til I suck you dry"

Acabo de sair do show do Mudhoney!!!!!
Impressionante ouvir mais uma vez o som de guitarras que os caras tiram, e o gogó do Marky Arm em plenos 46 anos de idade. No repertório, todas as músicas mais bacanas dos caras, e algumas do novo disco, Lucky Ones. Aliás, como no começo eles tocam duas músicas novas (além de Money Will Roll Right In, a primeira do set) e o disco novo foi concebido com Marky Arm mais cantando e tocando menos guitarra, achei que o show poderia rolar todo assim, já que nas duas últimas vezes em que eles estiveram no Brasil não fui vê-los. Mas depois da quarta música, You Got It recuperou o velho Mudhoney, com as duas guitarras. Completaram o repertório, é claro, Suck You Dry, Touch Me I'm Sick, Here Comes Sickness, e algumas das minhas preferidas, como Blinding Sun, Good Enough e principalmente Inside Job. Aí abaixo está uma foto que alguém tirou do setlist do show de Londrina, mais ou menos parecido com o que vi, mas bem menor. Aqui também tocaram Hate the Police, que segundo Arm nem estava planejada. O Samuel Frade, que estava conosco e viu os dois shows de São Paulo e o de São Carlos, disse que o de hoje (ontem) foi o melhor.
Na platéia, homens mochila de todos os tipos, punks e jovens grunges que eram tão jovens quanto o bebê da capa de Nevermind no auge da onda midiática de Seattle. Como se não bastasse tudo isso, um back patch do L7 foi a coisa mais inusitada que conseguimos avistar. Diversão das boas!!!! Uma tremenda fuzzarca, para não perder a piada (horrível por sinal)!!!!!




terça-feira, 7 de outubro de 2008

Deriva Honorário

Há muito não escrevo. Faltam-me tempo e sobretudo paciência. Mas pelo menos um convite não posso deixar de fazer: tocarei amanhã com amigos cuja música admiro muito, o Deriva. O nosso
amigo Diogo, contrabaixista da banda, está na Europa, e eles me chamaram para fazer um show.

Abaixo as informações do evento e link para o Myspace da banda:

"Quarta-feira, dia 8 de outubro, as 21hs no prédio de Filosofia da USP. O Deriva vai tocar com o Igor Oliveira (The Droog Organization Project) no contrabaixo, já que o Diogo a essa altura deve estar se alistando na luta armada armênia. Tb terá a participação do Fabálex fazendo um dub no meio do show. Apareçam... é de graça. Toca outra banda antes, por isso o show será por volta das 21hs (podendo atrasar é claro).

Os Derivas"

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Monica Salmaso e Pau Brasil de volta ao Teatro Fecap

Não fosse a Maria Carolina Borin eu ia perder mais essa! A Monica Salmaso e o grupo Pau Brasil farão mais 5 shows no Teatro Fecap como divulgação do dvd Noites de gala, samba na rua, resultado da turnê do cd homônimo da cantora, só com músicas de Chico Buarque. Presenteei meu pai no Dia dos Pais com o dvd e acabei assistindo umas três vezes seguidas logo após o almoço do domingo. O típico presente com segundas intenções!!!

Para informações aí está o link do teatro. Os shows acontecerão entre 01 e 05/10. A melhor notícia é que são só 20 mangos (R$ 10,00 meia entrada). Já garanti meu ingresso, na 3ª fila.

O repertório do show está abaixo, para quem se interessar em conhecer:

1- A Volta do Malandro
2- Quem te Viu, Quem te Vê
3- Você, Você
4- Ciranda de Bailarina
5- Construção
6- Olha Maria
7- O Velho Francisco
8- Basta um Dia
9- Logo Eu
10- Morena dos Olhos D'Água
11- Pulo do Gato
12- Suburbano Coração
13- Bom Tempo
14-Partido Alto
15-Beatriz


segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Papier Tigre

Acabo de ver e ouvir esses caras no programa Radiola, da TV Cultura. São franceses, e estiveram no Brasil em Agosto para alguns shows e divulgação do lançamento no país de seu primeiro disco, que saiu pela Monstro. Pena que não conheci antes. Eles fizeram show em São Paulo no Studio SP em 06/08 e com certeza eu teria ido. A formação é peculiar: um trio com duas guitarras e bateria, sendo que um dos guitarristas faz percussão eventualmente. Pesado, com boas letras e experimentalismos, para agradar, por exemplo, os apreciadores do Fugazi.

Mysapce: http://www.myspace.com/papiertigre

Programa Radiola no You Tube:

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Oriana Fallaci e Alfred Hitchcock

Encontrei na biblioteca de meus pais o livro Os Antipáticos, velho volume de entrevistas que a jornalista italiana Oriana Fallaci captou para o semanário l'Europeo na década de 60. Se você não conhece Oriana Fallaci, pense no velho chavão de alguém que perde um amigo mas não perde a piada, e transporte-o para o ofício jornalístico. Ela não tinha pudor nenhum em perguntar o que desejasse, a despeito da reação que pudesse causar no entrevistado. E quando estava cara a cara com uma pessoa inteligente surgiram alguns perfis e entevistas realmente brilhantes.
É o caso, por exemplo, de seu encontro com Alfred Hitchcock em Cannes, em Maio de 63. Fallaci deu a todos os entrevistados compilados no volume algum epíteto ou aposto, conceito que forma a coerência do livro e que era em geral o ponto de partida da entrevista. Hitch é chamado por ela de "O Senhor Castidade", posição que o próprio endossa afirmando que não se interessa por sexo e nunca teve outra mulher que não sua esposa. De forma alguma as perguntas da jornalista sobre o assunto embarassam o diretor. Pelo contrário, com astúcia notável o bonachão interage com excelência, conta paidas, fala da vida simples que leva, do seu apreço pelo suspense em distinção ao terror, e lembra que os maiores prazeres da sua vida são comer, beber e dormir. Tudo relatado muito naturalmente, revelando que como todo grande artista não faltam obcessões (ao se empolgar contando histórias, Hitch pergunta mais de uma vez à jornalista, em um curtíssimo espaço de tempo, sobre o gravador que registra a entrevista: "Há fita que chegue?")
A impressão é de que o dinamismo entrevistado/entrevistador existe não necessariamente por conta de boas perguntas, mas porque Fallaci deixa Hitchcock a vontade. E todo bom jornalista sabe ser este um primeiro passo para uma entrevista de sucesso: fazer o entrevistado se sentir bem.
O livro é bem velhinho, e procurei alguma edição recente em português mas não encontrei. No exemplar nem consta ano de publicação, e a editora responsável, Sucessos Internacionais - RJ, sumiu do mapa. Fiz questão de scannear a capa para vocês terem a idéia do quão jurássico é o volume no qual constam ainda deliciosas entrevistas com Ingrid Bergman, Samu Davis Jr., Jeanne Moreau e Federico Fellini, e com outros notáveis dos anos 60.
Oriana Fallaci morreu em 15 de Setembro de 2006, com 77 anos, como sempre envolvida em polêmica. A jornalista acabara de lançar o livro A Força da Razão (2004), e suas alegações sobre o fundamentalismo islâmico renderam-lhe críticas contundentes. Na ocasião de seu falecimento o jornal Estado de São Paulo publicou uma bela matéria no Caderno Aliás do domingo subseqüente ao seu falecimento. Pena não constar nada desse material na versão online do Estadão. De Os Antipáticos também não achei nenhum outro material na internet, a não ser anúncio de venda em sebos virtuais, nos quais o volume custa de R$ 6,00 a R$ 10,00 em média.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Philip Roth e a aguda percepção da América

Acabo de ler Casei com um Comunista, encerrando assim a leitura do que se convencionou chamar de trilogia de Philip Roth sobre a vida na América do pós-guerra. Assim como Pastoral Americana e A Marca Humana, estão ali todos os elementos que fazem de Roth esse observador tão especial do que são hoje os E.U.A.. Penso inclusive que classificar essas obras como uma trilogia sobre a vida na América pós-Segunda Guerra é reduzir sua importância. Por mais que as histórias se passem após o período especificado, estão presentes, nos três livros, os elementos formadores da sociedade Americana que se prepara hoje para eleger mais um presidente. Quando leio Roth costumo lembrar do que Will Eisner desenvolveu, na forma de HQs, com sua Avenida Dropsie, que aliás é outra referência para entendermos o país. Todas as etnias, acontecimentos, misérias e vitórias que fundamentaram o orgulho americano, o preconceito racial e tantos outros aspectos marcantes dessa sociedade estão tanto em Roth quanto em Eisner.
Em Casei com um Comunista conhecemos Ira Ringold, menino pobre de infância difícil que ao longo da vida foi de trabalhador braçal a ator de radionovelas, passando é claro pela comunismo, elemento que norteia a trama. Sempre dividido entre a causa revolucionária e os prazeres da vida burguesa, Ira vive a vida sempre no limite, violento, resoluto, e exposto a todas as conseqüências dessa forma de conduzir as coisas. Sabemos de sua história pelo irmão Murray Ringold, que conta a Nathan Zuckerman, recorrente narrador dos romances de Roth, as partes da história de Ira que este não conhecia. Zuckerman fora um amigo e discípulo de Ira na iniciação à causa revolucionária e em sua formação geral na passagem da adolescência à idade adulta. No tempo presente do romance, Murray está com 90 anos e Zuckerman com 65. As múltiplas linhas narrativas mostram Ira, Zuckerman e Murray em idades e situações distintas. Roth é brilhante nesse entrelaçamento de tempos narrativos, não havendo risco de incoerência e confusão na cabeça do leitor.
Nathan Zuckerman é sempre descrito como um alter-ego de Philip Roth. No entanto, considero não só ele como todos os personagens de Roth dessa forma. Sua observação sagaz da nação americana se faz através da boca de seus personagens, cada uma deles uma forma do autor enxergar sua matéria na construção dessa ficção que tanto nos ensina sobre a história americana. Vale lembrar aqui trecho do livro em que o professor Murray Ringold cita Shakespeare para recomendar o contrário de algo que o próprio Roth realiza muito bem:

"Você sabe, aprendemos em Shakespeare que ao contarmos uma história não podemos dar vazão a nossos sentimentos imaginativos por nenhum personagem." (p. 364)

Os personagens de Philip Roth são sim as peças-chave de suas narrativas. Através de sua participação, mesmo que como coadjuvantes aparentemente inexpressivos, nos grandes eventos históricos do país pós-Segunda Gerra, constrõem-se os significados que o autor quer que conheçamos, da forma como os discursos de cada personagem nos são apresnetados: com preconceitos, heroísmo, fraquezas, anulações e sempre passando a idéia de que a vida é uma batalha diária. Não simplesmente por ser na América, é claro, mas a formação dos E.U.A. da maneira como se deu construiu peculiaridades que refletem significativamente na vida desses cidadãos comuns tão afetados pelo macrocosmo da maior nação do mundo.
Iniciei minhas leituras de Roth com Pastoral Americana, que narra a história da família Levov. Seymour, atleta popular quando jovem, mantém uma vida digna, com sua fábrica de luvas, provendo à família tudo o que acredita ser o melhor. Sua esposa fora Miss América em 1949, e a união do casal é símbolo de alguns aspectos fundamentais na formação do país: Seyumour é judeu e a esposa católica, fora isso a união do atleta com a miss, em termos de imagem era o que de mais estimulante se poderia almejar na América do pós-guerra. Motivados a criar uma família ancorada nas virtudes das duas crenças, o casal-modelo se vê transtornado quando a filha Merry se envolve em manifestações contra a Guerra do Vietnã, e a família se corrói por dentro daí em diante., por conta de uma sucessão de fatos que só lendo mesmo para compreender sua intensidade. Nesse aspecto, vale lembrar que em Casei com um Comunista Roth também recorre a uma figura de filha que abala as estruturas familiares. Sylphid, filha de Eve Frame, atriz de cinema com quem Ira Ringold se casa em certa altura da história, é a concretização da frustração, tanto de si mesma quanto da mãe e de todos que com elas convivem. Merry Levov também é um elemento decepcionante. Filhas que viram engodo e chegam a ser indesejadas na busca de seus pais pelo American Way of Life.
Assim como Pastoral Americana e Casei com um Comunista, A Marca Humana também nos é contado por Nathan Zucherman, que se aproxima do protagonista Coleman Silk aos 70 anos de idade e no ápice da derrocada moral deste. Silk fora professor de Letras Clássicas na Faculdade Athena por mais de vinte anos e, por causa de uma piada considerada racista que direcionara a dois alunos que nunca compareciam às suas aulas, é afastado da cadeira na faculdade. Para agravar a situação, há o seu envolvimento com Faunia Farley, faxineira da faculdade, de apenas 35 anos. O macrocosmo da vida real aqui é o escândalo Clinton-Lewinski, que acabara de acontecer nos E.U.A.. Roth escolhe esse momento histórico para criar uma trama em que a todo momento Coleman Silk olha para a Casa Branca para pensar na sua própria tragédia.
Enfim, muita gente começa a ler Philip Roth pelo Complexo de Portnoy, ou outras obras mais curtas. Os livros da trilogia, cada um com 450 páginas aproximadamente, acabam assustando o leitor iniciante. Pois não se assustem, e leiam os três. A forma como Roth constrói as tramas envolve-nos tão profundamente que a leitura flui perfeitamente, confesso que no meu caso inclusive chego a superar meu tempo de leitura usual quando na companhia de Philip Roth. Um autor especial, com toda certeza. Está demorando para ganhar o Nobel de Literatura.



Rick Wright: 1943-2008

Morreu ontem aos 65 anos Rick Wright, tecladista e um dos fundadores do Pink Floyd. Na matéria do Estado de São Paulo do link abaixo, David Gilmour afirma que a contribuição de Wright foi subavaliada. Agora é tarde Sr. Gilmour. Devia ter pensado nisso enquanto se atracava com o Sr. Waters na batalha de egos que acabou com a banda.

Estadão: Sem Rick Wright, reunião do Pink Floyd é mais difícil

domingo, 14 de setembro de 2008

As Peripécias do Prof. Dr. Alexander Babaravá, Parte 1

Apresento-lhes com muita satisfação o Prof. Dr. Alexander Babaravá.
Filho de soldado do Exército Vermelho com cozinheira especialista em acarajé, o ilustríssimo Babaravá é a pura fusão do azeite de dendê com o ímpeto bolchevique.
Ninguém sabe até hoje como se deu esse encontro entre seus pais, sua origem é um mistério que vem sendo pesquisado a fundo em virtude dos acontecimentos cada vez mais bizarros que envolvem sua estadia na Terra Brasilis.
A partir de agora vocês vão conhecer aqui as peripécias desse ilustre cidadão meio russo meio brasileiro, saberão que ele estudou para ser Prof. Dr., e porque sua vida desperta tanta curiosidade em estudiosos das mais diversas áreas. Babaravá é meio personagem meio real, já apareceu de relance em novelas de Jorge Amado (apesar de nunca ser nominalmente citado) e aventuras de James Bond, e agora, em pleno século 21, após quase 111 anos de vida, resolveu tornar pública sua vida de boêmio, revolucionário, espião e chef de cozinha. Comenta-se que Jorge Luis Borges teria sido o primeiro a escrever sobre ele, mas que misteriosamente esse material sumiu e nunca mais foi encontrado, nem mesmo após mais de 7 bibliotecários aposentados da Biblioteca de Babel terem sido torturados na busca pela informação.
Como nesta postagem o espaço está mais reservado à apresentação de AliBar*, conto hoje apenas um episódio rápido, para terem uma idéia das bizarrices que acontecem com nosso herói. Em uma noite agradável na cidade de São Paulo, num desses famosos bares de açaí tropicalmente decorados, Babaravá sinaliza ao garçom que deseja fechar sua conta. Aquele sinalzinho típico com a mão, como quem está agitando uma caneta. O garçom responde com outro gesto, que deixa o professor e seus amigos perplexos: "sujeira", sinaliza o atendente, com os punhos fechados da mão direita esfregado o peito. Após um instante de reflexão, conclui Alibar que o garçom interpretara que ele estivesse com a intenção de acender, ali mesmo num local público cheio de gente, um exemplar do famoso cigarrinho do capeta. O professor se sentiu insultado e, não fossem seus amigos (inclusive o Prof. Robério Malagastrangas, outro ilustre acadêmico, entre eles), teria partido para cima do rapaz. Até hoje ele ainda está se perguntando o que fez aquele garçom pensar aquilo de uma figura tão escorreita. Sei que para vocês fica complicado imaginar. Uma fotografia do nosso herói daria uma idéia melhor do que se passou na cabeça do atendente. Mas fotografia o Prof. Dr. Babaravá nunca tirou. Vocês não sabem como já é penoso para mim conseguir essas informações sobre suas reinações.
Continuem acompanhando. Em breve mais uma história bizarra do Prof. Babaravá!!!

* Codnome que utilizou certa feita para auxiliar o Serviço Secreto Britânico na busca
de informações genéticas sobre o parentesco de Ernst Stavro Blofeld com o Doutor Evil.

Monty Python - A Piada Mais Engraçada do Mundo

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Oasis novo: um reencontro com velhos amigos

O videoclipe de The Shock Of The Lightning, novo single do Oasis, já está na internet há alguns dias. A impressão é mesmo de um reencontro com velhos amigos. A música é o Oasis de sempre, e o videoclipe dá um suporte de imagens no mínimo perfeito. Ta aí uma banda para a qual não consigo conceber a existência de novos fãs. Ou você gosta desde sempre ou odeia desde sempre, porque o som dos caras vai ser sempre o mesmo, e isso é bom. Só para ilustrar, no livro Barulho, que o Andre Barcinski lançou no início dos 90 com entrevistas e material que ele colheu com bandas do que era na época o fino da dita música alternativa americana, o capítulo com os Cramps tem um trecho bem bacana. Não me lembro se Lux Interior ou Poison Ivy afirma que a banda continuará fazendo aquele som porque sempre vai ouvir as mesmas coisas, no caso deles basicamente Elvis Presley e The Sonics. É esse o ponto.
É fato que ultimamente tenho ouvido muita coisa diferente, mas o segredo, acredito, está em não deixar contaminar a sua música com referências/influências que não tenham nada a ver.
Termino deixando para vocês o link do videoclipe, e fazendo justiça ao verdadeiro autor da idéia de que ouvir/ver/ler um novo trabalho de um artista que você adora é como encontrar um velho amigo: a frase é do Guilherme Inhesta em relação a Woody Allen. Analogia mais perfeita impossível, tanto para o Oasis quanto para Allen.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Sou - Marcelo Camelo

Acabo de ouvir as três faixas do disco solo do Marcelo Camelo, Sou, que estão disponíveis no Myspace. Para as viúvas do Los Hermanos, um aviso: cuidado com as expectativas, assim como a Orquestra Imperial não é a continuação do LH, o disco solo de Camelo também não é. Nem as composições dele para o disco lembram os momentos mais rock dos Hermanos. Se você for muito fã de canções como Fez-se Mar, com certeza vai gostar. Se o seu caso é o de procurar o novo disco da banda em tudo o que seus integrantes fizerem depois do seu fim, prefira o CD que acaba de sair, com o derradeiro show da banda na Fundição Progresso no ano passado.
Bom lembrar que minha audição do álbum de Camelo foi parcial, até porque não tenho paciência de baixar disco inteiro na internet (10 das 14 faixas do CD que sairá na versão física estão disponíveis na internet para download legal). Isso tudo tem um lado muito bom para o artista, que conseguiu fazer um trabalho desvinculado do seu passado musical, mas ao que tudo indica deve começar do zero na busca por um novo público, mais maduro e afeito à MPB. Sempre achei que muitos dos jovens meninos e meninas que eu via nos shows do Los Hermanos não estavam de fato entendendo o que os caras estavam dizendo, e acabavam mais embriagados pelo hype. Desse ponto de vista, a banda acabou mesmo na hora certa.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

2 programas interessantes em setembro em São Paulo

Como estou em férias e não vou sair de São Paulo, andei fuçando em coisas bacanas para fazer durante este mês. Achei dois passeios interessantes às terças e quartas, o que para um boêmio em férias não é problema. Aí vão as dicas:
.
.
VINIL É CULTURA
Criada por lojistas e colecionadores de vinis, o projeto Vinil é Cultura tem como objetivo preservar as raízes da discotecagem e da música. Os DJs residentes e convidados não se rendem aos disquinhos e mp3. No comando está DJ Lula Superflash.O repertório é variado, de Ray Charles a Frank Sinatra, do hip hop ao rock, vale tudo o que a agulha chiar. A festa, que acontece toda terça no Hotel Cambridge, começa e acaba cedo. Troca e venda de bolachões é comum durante a noite.
Local:
Bar D´Hotel Cambridge (INFORMAÇÕES)
Preço(s): Grátis.
Data(s): até 30 de setembro de 2008.
Horário(s): terça, das 19h às 23h.
.
.
CINETRASH ASTRONETE
As sessões do Cinetrash Astronete acontecem todas as quartas às 22hs e não é cobrada entrada. Depois do filme rola a festa Ultra-Passadas de soul, funk, disco e hip-hop do promoter Tchelo.
O Cinetrash Astronete acontece todas as quartas às 22hs, mas o bar abre à partir das 20hs sem cobrar entrada. A entrada custará 8 reais somente depois das 23hs, não afetando aqueles que quiserem ir ao Astronete somente para assistir ao filme.
.
Em setembro: Especial Russ Meyer
Programação:
Quarta dia 3: Faster Pussycat Kill Kill! (1966)
Quarta dia 10: Mudhoney (1965)
Quarta dia 17: Beneath The Valley Of The Ultra Vixens (1979)
Quarta dia 24: Motorpsycho (1965)
.
.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

CQC X José Genuino

Na última segunda feira, 01/09, o CQC fez um especial sensacional com José Genuino. Arquiinimigo dos figurões do programa, o petista sempre se recusou a responder qualquer pergunta deles, e certa feita chegou a dizer ao repórter Danilo Gentili que não poderia falar porque estava trabalhando, ao que recebeu como resposta um sonoro e desconcertante "nós também".
O programa de segunda compilou todas as tentativas frustradas do CQC entrevistar o político, mas o filé mesmo foi o quadro e pseudo-programa Em Foco, em que Warley Santana faz as vezes de uma espécie de personal-stylist de políticos, editando suas entrevistas e induzindo-os a dizer as frases que ele quer que digam. Com Genuino, por exemplo, aconteceu o seguinte: o político diz que a juventude de hoje convive com muita informação mas pouca formação; Santana recomenda que Genuino não sejá tão negativo em relação aos jovens, que são o público-alvo do programa; Genuino regrava o trecho, dizendo que a quantidade de informações a que os jovens de hoje estão expostos é a grande marca dessa geração, e que cada geração vive de acordo com o seu tempo. Essa ficou mais feia que a tortada na cara (foto) durante o 3º Fórum Social Mundial, em 2003. O quadro esta todo no Youtube. Procurem por Em Foco com José Genuino. É rir para não chorar. Cadê a vassourinha do Jânio pra varrer a bandalheira? Nem com Vaporetto ele conseguiria. Só mesmo se inspirando no Dr. Fantástico e lançando a bomba-atômica anti-bandalheira!!!!!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Rádio Gagá: Podcast com Música e blá blá blá

Eis mais uma iniciativa de rádio/podcast bem bacana. A empreitada é do multi-homem Marcelo Calenda e seu amigo Alexandre Deruiz, o Zé!!!! Por enquanto a Rádio Gagá teve dois programas: Original ou Cover? e Versões Estapafúrdias. São sempre 30 minutos de duração, 5 músicas no total e muitas curiosidades, coisas que um grande apreciador de música nunca dispensa. Os caras também tiveram todo o cuidado na inserção de vinhetas para abrilhantar as piadas infames que volta e meia soltam, como a da Dra. Cássia, no primeiro programa. O portal para acesso aos programas também está caprichado, o mínimo a se esperar vindo do Marcelo Calenda.
Aguardo ansioso o terceiro programa!!!!

Acessem: Rádio Gagá
radio-gaga@bol.com.br

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Maus: genial porque simples!

Melhor definição não há para a HQ Maus, de Art Spiegelman: genial porque simples.
Há muito estava me devendo essa leitura, e semana passada finalmente consegui. Spiegelman conseguiu contar a história do Holocausto como ninguém jamais fizera, em primeiro lugar por conta da linguagem peculiar das HQs, e em segundo pela forma de abordar o ponto de vista dos judeus. Nessa autobiografia que é Maus, o autor retrata seu pai de forma extremamente realista, criando inclusive uma imagem de que o momento presente deste é tão ruim ou pior do que o que sofrera durante a guerra.
Em termos visuais, não há grandes inovações. Uma das idéias mais marcantes vemos num momento em que judeus fogem de uma das prisões nazistas é os caminhos que percorrem formam a suástica quando vistos de cima. Apesar dessa simplicidade, os ratos (forma como os judeus são representados) são extremamente expressivos, e as soluções mais elementares são as mais inteligentes, como a própria escolha do preto-e-branco.
A representação usando animais segue as tradições das fábulas de La Fontaine e Esopo, porém carregadas do realismo que a situação exige. Além dos judeus-ratos, os poloneses são porcos, os alemães, gatos, os americanos, cães e os franceses, sapos.
Maus é uma visão do micro para o macrocosmo. Do que aconteceu de semelhante com cada judeu em particular durante o período da Segunda Guerra, e que refletiu na cultura desse povo como um todo. Os reflexos desse processo histórico sobre o povo judeu que migrou para os Estados Unidos também está muito bem representado na obra do escritor americano Philip Roth, cujos livros também estão entre as minhas leituras para colocar em dia. De volta a Spiegelman, um Prêmio Pulitzer com todo o mérito, para uma obra que virou referência não só para a arte dos quadrinhos mas para o entendimento de um dos momentos mais marcantes da história contemporânea.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Borges e os orangotangos eternos

Há oito anos a Companhia das Letras lançou a coleção Literatura ou Morte, com a proposta de que escritores contemporâneos criassem histórias policiais nas quais autores consagrados fossem personagens. No ano seguinte ganhei de presente Borges e os orangotangos eternos, é claro que não por acaso, mas por indicação minha mesmo. Como começara a ler Borges e estava fascinado, o livro, escrito por Luis Fernando Veríssimo, me pareceu muito interessante. Mas só esta semana resolvi lê-lo. Na época achava que conhecia pouco a obra de Borges para entender outro texto amparado nela. Mesmo sabendo que ainda não li tudo que desejo de Borges (ou seja, tudo!), a leitura foi tranqüila.
E Veríssimo, brilhante.
Vamos à trama: o cinqüentão Vogelstein, morador de Porto Alegre, recebe um convite para congresso sobre a obra de Edgar Allan Poe que acontecerá em Buenos Aires. Na capital argentina, após o coquetel de abertura do evento, se vê envolvido no assassinato de um dos participantes, o alemão Joachin Rotkopf. Por ter tantos desafetos entre os presentes, a morte de Rotkopf tem muitos suspeitos e é um prato cheio para Vogelstein e seu ídolo Jorge Luis Borges.
Veríssimo conseguiu criar uma história que homenageia Borges à medida que brinca com a idéia de uma história dentro da outra e tem o próprio escritor como personagem para especular sobre o assassinato e por fim desvendar o mistério.
O autor-personagem de Veríssimo se transforma em alguém de carne e osso, talvez mais real do que o próprio Borges que imaginamos. Os três ou quatro encontros do protagonista Vogelstein com o autor do Aleph nos dão a impressão de estar ali, fora o fato da narrativa o tempo todo ser dirigida ao próprio Borges, como um flashback por carta, literalmente um livro que relata todo o acontecido.
O Borges de Veríssimo ainda é capaz de dar lições de imaginação para Vogelstein escritor:

"Escrever para recordar."

Em meus reles exercícios de escrever, nunca mais esqueço essa máxima, seja ela do Borges autor ou do personagem. Cada vez mais escreverei para recordar.
Apesar do livro estar esgotado na editora, não deve ser difícil de encontrar em sebos ou pela internet. Diversão garantida para os fãs de Borges, Poe, Veríssimo ou simplesmente de uma boa história de mistério. Tanto melhor se gostares dos quatro.

domingo, 24 de agosto de 2008

Qual a sua versão preferida de 'Round Midnight'?

Ontem eu, Erico Nuñez e Fernanda Baggio visitamos o ilustríssimo casal Calenda com o pretexto de estrearmos seu novo toca discos. Ouvimos sim muitos vinis, mas muitos cds também, batemos muito papo e tomamos cerveja.
Entre os LPs que levei e ouvimos, The Wes Montgomery Trio: A Dynamic New Sound (1959). Comentei com a Ana Luiza que esse disco tem uma das melhores versões que já ouvi de Round Midnight, o clássico do Sr. Thelonious Monk. Ela então perguntou se eu conhecia uma versão com a Maysa, e pegou o cd para ouvirmos. O cd, Canção do Amor Mais Triste (1962), sempre esteve debaixo do meu nariz lá na livraria mas nunca dei atenção. Trata-se de um relançamento da Som Livre, pela Coleção Som Livre Masters, e custa míseros R$ 10,90. A interpretação de Maysa é incrível, e já entrou para a lista das minhas prediletas, junto é claro com a de Montgomery, a do quinteto de Miles Davis no álbum 'Round About Midnight (1956) (a entrada de John Coltrane na segunda parte é de derrubar qualquer um da cadeira!) e, é claro, as do próprio Monk, como a última faixa do disco Monk's Blues (1968).
Proponho então aqui uma brincadeira: qual a sua versão preferida de Round Midnight?
Quero ver essa postagem com recorde de comentários, vamos lá! E quem contribuir não se esqueça de citar o álbum onde podemos encontrar a versão!

"It begins to tell, 'round midnight, midnight.
I do pretty well, till after sundown,
Suppertime I'm feelin' sad;

But it really gets bad,
'round midnight.
Memories always start 'round midnight

Haven't got the heart to stand those memories,
When my heart is still with you,
And ol' midnight knows it, too.

When a quarrel we had needs mending,

Does it mean that our love is ending.
Darlin' I need you, lately I find

You're out of my heart,

And I'm out of my mind.

Let our hearts take wings'
'round midnight, midnight
Let the angels sing,
for your returning.
Till our love is safe and sound.
And old midnight comes around.

Feelin' sad,
really gets bad Round.....Round.......Round....Mid.....night....
"

terça-feira, 19 de agosto de 2008

The New Original Sonic Sound!!!!!!

Difícil acreditar, mas enfim consegui esse disco! Mudhoney e amigos tocando The Sonics!!!!
Anos atrás, ouvindo o extinto Garagem, programa apresentado pelo André Barcisnki às segundas-feiras na Rádio Brasil 2000, ouvi algumas faixas mas não consegui nem gravar o nome do projeto nem achar na internet. Depois de muito penar, consegui as informações para importar o disco lá pela Livraria Cultura, mas o fornecedor de importados nunca conseguia. O disco é independente e volta e meia não estava disponível.
Hoje pela manhã, comentei com o Fábio Outsuka que há muito procurava esse disco mas não estava vindo nas importações que fazíamos. Para a minha surpresa, ao acessar o detalhe do CD no sistema da livraria, vimos que havia 1 exemplar disponível, e justo no Market Place, onde estávamos. Comprei hoje mesmo, e já estou ouvindo pela segunda vez!!!!!
Se você não tem idéia do que estou falando, vamos a alguns esclarecimentos. The Sonics é a mãe de todas as bandas de garagem. Nasceu e morreu nos anos 60 (todas as tentativas de ressurreição posteriores são patéticas), com os vocais rasgados e gritos dignos de um soulman do vocalista Gerry Roslie. Reza a lenda que o guitarrista Andy Parypa, após tentativas infrutíferas de encontrar o som ideal para sua guitarra, passou uma faca nos falantes de seu amplificador, e aí sim ficou satisfeito. Só por aí já dá pra imaginar o som dos caras. Suas influências: The Kinks, soul music, Little Richards, enfim, tudo o que todo mundo estava ouvindo e tocando nos anos 60. A personalidade dos Sonics, no entanto, fica por conta do som sujo, que realmente definiu o que viria a ser o rock de garagem nas décadas posteriores.
Não é à toa que o tal movimento grunge, apesar de forjado pela mídia interessada em polêmica, tenha surgido no mesmo celeiro. Os Sonics são de Tacoma e o grunge explodiu em Seattle, ambas no estado de Washington. Seattle é o berço do Mudhoney, que deve ter encarado o projeto por pura brincadeira e acabou registrando algo realmente histórico. Vamos aos músicos e faixas:

Marky Arm (Mudhoney e Monkeywrench) - no álbum faz todos os vocais
Tom Price (Monkeywrench) - guitarra
Steve Turner (Mudhoney e Monkeywrench) - no Mudhoney é guitarrista, aqui gravou o baixo
Dan Peters (Mudhoney) - bateria
Bill "Kahuna" Henderson - guitarra
Craig Flory - saxofone
Scott McCaughey - órgão Hammond

Faixas:
The Witch
He's Waitin'
Shot Down
You've got your head on backwards
Dirty Robber
I'm going home
The Hustler
Psycho
Maintaining my cool
Boss Hoss
Like no other man
Strychnine
Have love will travel
High time
Cinderella
Louie Louie

Enfim, se na linhagem da garageira os Sonics são os avós e o Mudhoney os pais, nós, os Droogs, nos consideramos, humildemente, netos, mesmo não tendo nascido em Washington.

Star Wars: Clone Wars (pode conter spoilers)

Estreou na sexta passada no Brasil Star Wars: Clone Wars, animação em 3D que é mais um interlúdio entre os episódios II e III da saga Star Wars. Como minha espectativa é maior mesmo em relação à tal série live action prometida para sei lá quando, fui ao cinema não esperando nada tão bacana, até porque não sou muito chegado em 3D.
Para a minha surpresa, a história é atraente, mais climão de Sessão da Tarde mesmo, para agradar os mais jovens, mas que não desagrada os fãs veteranos do universo Star Wars. Uma boa trama mostra o exército separatista do Conde Dooku seqüestrando o filho de Jabba para tentar jogar o gângster contra a República e os Jedi, já que Dooku faz com que Jabba pense que foram os Jedi que seqüestraram seu pimpolho.
Masturbações tecnológicas à parte, a tecnologia 3D permitiu um trabalho de texturas muito bom, cenas de batalha dinâmicas, destacando a atuação dos Clone Troopers e, é claro, duelos de sabres de luz além dos limites dos atores reais. No entanto, o que mais me chamou a atenção foi o comic relief do filme: Anakin e sua padawan, Asoka. Isso mesmo. Além, é claro, dos dróides de batalha do exército separatista, os jedi são o recurso cômico do filme, já que R2-D2 e C3PO estão separados o tempo todo. Pensem na relação de Obi-Wan e Anakin no início do EP II e elevem a situação à enésima potência. Asoka é espirituosa, inteligente e corajosa, e enfrenta Anakin sem medo. E podem acreditar: a relação, que no começo parece patética, no fim das contas se torna apropriada e cabe perfeitamente dentro da trama.
Em termos de cânone, por mais que o troço seja encomendado por George Lucas, creio que alguns indícios fazem transparecer o fato de que Clone Wars não pertence à saga de seis filmes, apesar de ser universo SW. Clone Wars não tem número de episódio como os seis filmes. A trilha sonora contém uma variação do tema original de SW, e não o próprio, até porque o compositor da vez é Kevin Kiner, não o próprio John Williams. Somente Anthony Daniels, Samuel L. Jackson e Christopher Lee gravaram as vozes dos seus personagens, C3PO, Mace Windu e Dooku respectivamente. Mas o trabalho dos demais artistas não decepciona, e ao longo do filme vamos nos familiarizando com as vozes, até bem parecidas com as originais dos atores dos filmes.
Enfim, cuidado com as espectativas, vá tranqüilo, a fim de curtir uma boa animação de aventura. O importante é que o clima de Star Wars está ali.

domingo, 17 de agosto de 2008

Sonic Youth: o conhaque Dreher de uma semana difícil

Presenteio-lhes com essa foto-montagem mais que tosca, que não deve em momento algum ser confundida com blasfêmia. A semana que passou foi difícil e, não fosse o bom e velho Sonic Youth teria sido bem mais. Não que eu seja um profundo conhecedor de conhaques, mas fiz a analogia alcoólico-musical mais por conta das sensacionais vinhetas e propagandas do conhaque Dreher nos anos 80.
Sei que é o maior lugar comum falar de como a música do Sonic Youth faz bem aos ouvidos, principalmente para os adeptos das boas distorções de guitarra e para as moças que suspiraram em uníssono quando Kim Gordon, também suspirando, começou I Love You Golden Blue, no show de São Paulo em 2005. De qualquer forma, fica aí o registro do meu Dreher da semana, especificamente o álbum Nurse, e deste a música Dripping Dream.

Deu duro: Sonic Youth! Desce macio e reanima!!!

Fique longe dos psicotrópicos: a derrocada de Júpiter Maçã

Ontem fui ao C.B. assistir a um show do Júpiter Maçã. Já faz uns dez anos que vi bons shows dele, tanto em divulgação do álbum A Sétima Efervescência quanto do Plastic Soda. Seu último disco, Uma Tarde na Fruteira, eu não tinha ouvido ainda, então realmente não sabia muito o que esperar.
A surpresa foi no mínimo bizarra: num misto de Serguei, Deborah Harry, Jim Morrison e o que mais você imaginar, uma jaquetinha de brechó curta, cabelos louros e movimentos misturando Ney Matogrosso com Austin Powers, Júpiter gritava palavrões, falava pelos cotovelos em inglês e português ao mesmo tempo. De música mesmo sobrou muito pouco. De Efervescência, Pictures and Paintings e Querida Superhist X Mr. Frog. Para falar a verdade não sei se tocou mais alguma, fui embora antes do show acabar. Das outras música, fora Síndrome de Pânico, deu para entender muito pouco, porque ele canta como um ébrio na sarjeta. A foto acima, apesar de não ser da noite de ontem, dá uma idéia de como está hoje o Sr. Flávio Basso, ex-integrante de cultuadas bandas de Porto Alegre, os Cascavelletes e o TNT.
Uma pena. Foi rir pra não chorar mesmo. O afã de chegar ao patamar do ídolo, Barrett no caso, tomou o rumo errado, e ao invés de se inspirar na música, Júpiter ficou mesmo é com a viagem. Fiquei lembrando do primeiro show que conferi dele, num lugar ali na Rua Girassol do qual esqueci o nome. Tocavam com ele o Julio Cascaes no baixo, e Marcelo Gross (hoje guitarrista do Cachorro Grande), na bateria, e foi excelente. Será que ele ainda consegue tocar algum instrumento? Na apresentação da banda, esqueceu o nome do baterista. O cara anda até dando entrevista e falando que ser gênio é muito difícil!!!!!

Por isso, meninos e meninas, fiquem longe dos psicotrópicos!

domingo, 10 de agosto de 2008

Três Cantoras: Salmaso, Esperanza e Elis

Me perguntei esses dias se estou ficando velho, porque ando ouvindo muito mais música brasileira do que rock (a não ser muito Sonic Youth, é claro!), o que reflete minhas últimas aquisições fonográficas e o presente que comprei para o meu pai ontem.
Monica Salmaso foi uma cantora cujo trabalho demorei a digerir. Mas seu novo DVD, Noites de Gala, samba na rua, gravado em Março deste ano no Teatro Fecap, com as música de Chico Buarque que compõem o repertório do seu CD homônimo, não deixam dúvida. Nada como ver as interpretações, de Salmaso e do grupo Pau Brasil. Não tive a oportunidade de conferir o show que eles fizeram no ano passado na Cultura do Conjunto Nacional, então o primeiro contato foi mesmo pelo DVD. Levei ao meu pai, como diz meu amigo Erico Nuñez, um presente com segundas intenções. E realmente foi uma alegria passar o Dia dos Pais com meu pai e meu filho e assistir ao DVD com eles. A interação da cantora com o grupo, como ela mesma comenta nos extras do DVD, é o que difere um trabalho autoral do desempenho de um mero intérprete de letras. Todas as interpretações são impecáveis, mas destaco Quem te viu, quem te vê e Partido alto como as minhas prediletas. A cantora ainda abre espaço no show para uma interpretação do Pau Brasil sem ela, na música Pulo do Gato. Qualquer adjetivo que não o de uma execução matadora é injusto. Enfim, talvez não pelo caminho mais direto, porque precisei ver pra crer, me interessei muito pela obra de Mônica Salmaso. O DVD vale cada centavo, e meu pai adorou. Nem conhecia o trabalho da cantora.
Vamos agora de Esperanza Spalding. Há algum tempo falei aqui no blog do pianista Leo Genovese, que acompanha a cantora e contrabaixista no disco Esperanza, lançado este ano. Acabei comprando o CD porque me chamou muito a atenção só de ouvir lá na loja, o que não permite uma audição tão atenta, visto que estou lá pra trabalhar e não ouvir música. Enfim, o disco é impressionante, em primeiro lugar porque ela toca muito bem, e a equalização e a sonoridade do baixo são especiais, o que qualquer um que já tocou baixo preza, e muito, em qualquer gravação. Esperanza é uma cantora no mínimo diferente, com um timbre que não encanta à primeira ouvida mas com uma capacidade de florear e fundir seus solos de contrabaixo ao sketch singing que é só precisão e beleza. Comentei também no post sobre o pianista Genovese que o clima do álbum de Esperanza me lembrara uma fase de Mccoy Tyner, digamos, mais espiritual e voltada para as raízes da África, principalmente com os álbuns Extensions e Asante, ambos de 1970. Acredito mesmo que o lançamento nacional do álbum de Esperanza e sua vinda ao Tim Festival se devem, é óbvio, ao potencial comercial que a Universal Music viu no repertório de uma estrangeira que gravou dois clássicos da MPB (Ponta de Areia e Samba em Prelúdio, ambas cantadas em português no CD), mas o disco é muito mais que isso. As sonoridades, no geral, também remetem à melhor música feita no Brasil e às raízes africanas do jazz, o disco só tem músicos bons, gravação impecável e umas quebradeiras da pesada!
Por fim, Elis Regina. O que são R$ 13,90 pelo disco de 1977 de Elis, também conhecido como Caxangá, por ser essa a faixa que abre o álbum? Dá até vergonha pagar tão pouco. Elis, em total sintonia com grandes baluartes da música caipira refinada, Renato Teixeira e seu grupo Água, desfila um repertório visceral, dramático e sublime. Caxangá não dá nem coragem de comentar. E quando entra, no finalzinho, a voz de Milton Nascimento? Uma das canções que com certeza estará no meus fones de ouvido caso um dia eu resolva saltar de pára-quedas ou coisa que o valha. A melancolia de outras faixas, como Morro Velho e Sentimental eu Fico, carregam a essência do disco, mas esse clima é quebrado ao menos uma vez, pela energia de Colagem, que apesar de dançante e animada traz em sua letra lições de vida contundentes. Há muito eu estava me devendo esse disco, desde que peguei emprestado o LP da minha mãe e não queria devolver. Aliás, meus pais comentaram que foram a um show de Elis com esse repertório. Seu tivesse a idade que tenho hoje nos anos 70 ia torrar todo o meu dinheiro nesses shows, não tenho dúvida.
Ficam então as dicas, manjadas ou não, do meu momento cantoras. Se a constatação é essa, a de que estou ficando mesmo velho por conta das minhas preferências musicais, o Pete Townshend que me desculpe mas o verso dele não está com nada. E antes de vocês, que gostam do The Who, me crucificarem por minha afirmação, vale informá-los que semana passada ouvi Live at Leeds à exaustão!