sábado, 27 de junho de 2009

"Don't stop till you get enough"

Desnecessário repetir aqui toda a contribuição de Michael Jackson para a música pop mundial. Dá até pra dizer, sem exagero, que o cara é 50% do que se entende como música pop (restando a outra metade à longeva Sra. Madonna, que ainda deve viver bastante). A morte de Michael Jackson deixou o tráfego de informações da Internet entupido, e os 15 discos mais vendidos na Amazon, maior comércio eletrônico deste planeta, nos últimos dois dias, são dele. Mas triste é olhar pra trás e ver uma infância reprimida por um pai escroto, e um sujeito que nunca se aceitou como era mas mesmo assim fez a felicidade de milhões de pessoas, sem nunca encontrar a sua. Já que eu sou um nerdão convicto mesmo, a imagem que ilustra esta postagem é do jogo do Megadrive, Moonwalker, clássico absoluto! Pra quem já dançou ao som das minhas raras incursões no mundo da discotecagem, sabe que "Don't stop till you get enough" é peça obrigatória no meu set, geralmente a última que toco, só pra deixar o próximo dj da noite um pouquinho sem chão.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Interações na Era Digital, por Pat Byrnes (The New Yorker)

Pra quem acha que não interagir com o próprio vizinho de prédio é o máximo do individualismo contemporâneo, os sempre certeiros cartunistas da revista New Yorker (neste caso Pat Byrnes)
encontraram uma situação ainda mais bizarra!!!!

Fonte: site The New Yorker

sábado, 13 de junho de 2009

Hugo Chavez: homem midiático

Na última terça-feira, no grupo de estudo lá na Cásper Líbero, o pesquisador Jaime Patias* nos apresentou um trabalho de análise da figura de Hugo Chavez a partir do conceito de Sociedade do Espetáculo, cunhado por Guy Debord no final dos anos 60. Patias esteve na Venezuela em fevereiro de 2007 e desde então continua refletindo sobre como o presidente venezuelano se vale de recursos da própria Sociedade do Espetáculo para criticá-la.
O suporte do direcionamento do governo de Hugo Chavez, que lidera a Venezuela desde 1999, é o grande sonho que Simon Bolívar não alcançou: a unificação da América Latina hispânica, formando o que Chavez chama de Grande Pátria Unida. Patias considera três aspectos marcantes no discurso de Chavez: o mítico, o ideológico e o simbólico, e chama a atenção para o fato de que esse aspecto mítico ganha força porque Chavez se apresenta como uma espécie de profeta, através de um discurso teológico, muito próximo das narrativas bíblicas e proféticas. Todas essas características aliadas ao domínio que Chavez tem da mídia local estão amparadas sob a máxima de que “o poder é do povo”, idéia que o presidente usa para legitimar seu poder e afastar a pecha de ditador.
Muito interessantes os vídeos que Patias nos apresentou, importantes para compreendermos o poder que o presidente venezuelano exerce através da mídia. Chavez usa a TV pública do país para transmissões do seu partido, o Partido Único Socialista, e seu governo pode ser considerado, lembrando Baudrillard, um governo virtual, já que faz despachos, emite decretos, anuncia demissões e nomeações via programas de televisão. O programa Alô Presidente, que começou no rádio em 1999, seguiu para a televisão e um exemplo autêntico de autopromoção e do culto à personalidade.
Curioso é notar que apesar da veemência com que Chavez critica os EUA, este junto com a Colômbia são os dois países dos quais a Venezuela mais depende em termos Econômicos. Por trás da verborragia que promove um governo de bases sociais está a base real de sua força, que é a economia, através do petróleo. E por falar em EUA, tirado do caminho seu arquiinimigo Bush, Chavez diz que ainda está estudando Obama, segundo ele “figura interessante”.
Do texto de Guy Debord, Patias recomenda especificamente a leitura do aforismo no. 57 (p. 38), em que Debord fala dos “falsos modelos de revolução”. Outras duas leituras recomendadas são A Sombra do Libertador, de Richard Gott, e Um homem, um povo, este uma entrevista concedida por Chávez a Marta Harnecker. Peço ao Jaime que ao ler essa postagem nos ajude com links para os vídeos apresentados.
*Jaime Carlos Patias é mestre em Comunicação pela Cásper Líbero e Diretor da Revista Missões.