O país do futebol virou o país do anti-torcedor. E não precisa entender muito do assunto para saber disso. Basta ver o meu exemplo. Não torço para nenhum clube, só acompanho Copa do Mundo. No geral conheço apenas aquelas personalidades futebolísticas que transcendem o mundo do esporte e já viraram celebridade, como Zidane, Ronaldos, Platini, Zico, Maradona, etc..
O Sport, time Pernambucano, acaba de vencer o Corinthians Paulista por 2x0 e conquistar a Copa do Brasil. Nos arredores da minha casa, em São Paulo (e não só no Recife como já era de se esperar), comemorações efusivas aconteceram, pelo menos na Zona Norte, onde moro. Gastou-se dinheiro com fogos (e muitos!), gastou-se garganta na janela, e pelo teor dos gritos não eram corinthianos apoiando seu time até no momento ruim, e nem mesmo torcedores do Sport, mas sim de outros clubes paulistas que experimentavam o prazer mórbido de ver o Corinthians perder.
Quando o ser humano se compraz mais da derrota do outro do que de suas próprias conquistas, perdeu-se muito da sensibilidade e o resultado disso é a barbárie, que apesar de ter sido amenizada por medidas tomadas pelas autoridades do país ainda invade os nossos estádios e espaços públicos, mostrando torcedores incapazes de conviver com a diferença, que na real é a razão de ser do esporte. Se não existe o adversário, não há esporte. Eis então um paradoxo: saudades de um tempo que eu não vivi, em que o futebol era jogado, acompanhado e relatado com uma beleza que não existe mais. Experimentem, se é que já não o fizeram, ler os dois volumes de crônicas de Nelson Rodrigues sobre o futebol, À Sombra das Chuteiras Imortais e A Pátria em Chuteiras. Estão esgotados, não é fácil encontrar, mas vale o esforço.
O Sport, time Pernambucano, acaba de vencer o Corinthians Paulista por 2x0 e conquistar a Copa do Brasil. Nos arredores da minha casa, em São Paulo (e não só no Recife como já era de se esperar), comemorações efusivas aconteceram, pelo menos na Zona Norte, onde moro. Gastou-se dinheiro com fogos (e muitos!), gastou-se garganta na janela, e pelo teor dos gritos não eram corinthianos apoiando seu time até no momento ruim, e nem mesmo torcedores do Sport, mas sim de outros clubes paulistas que experimentavam o prazer mórbido de ver o Corinthians perder.
Quando o ser humano se compraz mais da derrota do outro do que de suas próprias conquistas, perdeu-se muito da sensibilidade e o resultado disso é a barbárie, que apesar de ter sido amenizada por medidas tomadas pelas autoridades do país ainda invade os nossos estádios e espaços públicos, mostrando torcedores incapazes de conviver com a diferença, que na real é a razão de ser do esporte. Se não existe o adversário, não há esporte. Eis então um paradoxo: saudades de um tempo que eu não vivi, em que o futebol era jogado, acompanhado e relatado com uma beleza que não existe mais. Experimentem, se é que já não o fizeram, ler os dois volumes de crônicas de Nelson Rodrigues sobre o futebol, À Sombra das Chuteiras Imortais e A Pátria em Chuteiras. Estão esgotados, não é fácil encontrar, mas vale o esforço.
Um comentário:
"Quando o ser humano se compraz mais da derrota do outro do que de suas próprias conquistas, perdeu-se muito da sensibilidade e o resultado disso é a barbárie"
Bem, Igor, eu bem que tentei discutr sobre essa imensa falta de ética e de caráter na lista, mas ao invés de ter o apoio de alguns como imaginava, fui execrado por todos. Realmente vejo futebol como algo extremamente detestável, mas essa coisa de organizar torcida pra torcer contra os times rivais me aparece o supra-sumo do mau-caratismo assumido e da pobreza de espírito. E se as pessoas atacam quem se assusta e se mostra indignado com essa falta de ética então há algo de MUITO PODRE no reino do esporte bretão mais popular (eca!) do mundo.
Abração!
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