sábado, 17 de maio de 2008

Jornalismo Cultural sem melindres nem rabo preso

Ganhei de aniversário da minha amiga Renata Smocowski o livro As Penas do Ofício, do jornalista Sérgio Augusto. Não perco os artigos dominicais dele no caderno Aliás, do Estado de São Paulo. Aos sábados, eventualmente, ele também escreve no jornal, textos mais longos e também excelentes. É meu jornalista favorito, pelo conhecimento que tem e demonstra, sem a soberba com a qual tantos pseudo-críticos desfilam nos jornais de todo o país. E olha que ele passou por um monte de veículos bacanas: Pasquim, Opinião, Bundas, Jornal do Brasil, Folha de São Paulo. O livro, lançado em 2006, é uma coletânea com algumas de suas contribuições na revista Bravo!, entre 2001 e 2005. Li apenas os quatro primeiros textos, todos muito bons. Destaco Assim Rasteja a Humanidade (2002), em que o jornalista lembra que na Bienal do Livro do ano anterior àquele em que escreve, paparazzis se acotovelavam para clicar os globais que chegavam ao Parque Lage, enquanto escritores, os verdadeiros donos da festa, mal eram percebidos. Sérgio Augusto sabe dosar acidez em uma crítica contundente da contemporaneidade, e transita com uma desenvoltura que realmente admiro, sobre política, Internet, televisão, futebol, cinema... São quarenta e cinco artigos no total, e uma olhadinha no índice remissivo já da a maior curiosidade de ler o livro numa tacada só.

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