quinta-feira, 29 de maio de 2008
Reverend Gary Davis
terça-feira, 27 de maio de 2008
Os Mestres Mulatos
Ao final do papo com o Sr. Decio, comentei da coincidência dele estar tratando justamente comigo, responsável pelas compras de cds da loja, e do interesse em ter o disco em nosso acervo, o que ele explicou que por enquanto não é possível. A primeira tiragem, de 10.000 exemplares, é distribuída gratuitamente, por ser um projeto patrocinado pela Petrobrás.
Haverá também concertos, que em breve serão anunciados no site do projeto.
Saiba mais no site http://www.mestresmulatos.com.br/
O e-mail para conseguir um exemplar do cd é deciocarraro@gmail.com
domingo, 25 de maio de 2008
Jonathan Crane passado a limpo
Bom domingo a todos!
sexta-feira, 23 de maio de 2008
A ascensão dos nerds na América moderna
Por David Brooks
Tradução: George El Khouri Andolfato
Em 1950, o Dr. Seuss publicou um livro chamado "If I Ran the Zoo" (Se eu dirigisse o zoológico), que continha este trecho: "Eu navegaria para Ka-Troo, e traria um It-Kutch, um Preep, e um Proo, e também um Nerkle, um Nerd e um Seersucker!" Segundo o psicólogo David Anderegg, este deve ser o primeiro uso impresso da palavra "nerd" no inglês moderno. No ano seguinte, a "Newsweek" noticiou que "nerd" estava sendo usado em Detroit como substituto para "quadrado". Mas, como Anderegg escreve em seu livro, "Nerds", o termo só floresceria na consciência popular após Fonz usá-lo no seriado "Happy Days", em meados dos anos 70. E assim começou o que se poderia chamar de ascensão do nerdismo na América moderna.
Inicialmente, um nerd era um geek (ou pessoa muito hábil ou viciada em computadores ou tecnologia) com notas melhores. A palavra descrevia um pária colegial ou universitário que era perseguido pelos atletas, veteranos, membros de fraternidades e irmandades. Os nerds tinham seus próprios heróis (Stan Lee, o roteirista de histórias em quadrinhos), suas vocações próprias (Dungeons & Dragons), sua própria religião (fornecida por George Lucas e "Star Wars") e seus próprios conhecimentos (suporte técnico). Mas mesmo enquanto "A Vingança dos Nerds" despontava nas telas de cinema do país, uma versão diferente de reino nerd se infiltrava na cultura popular. Elvis Costello e David Byrne do Talking Heads popularizaram um estilo geek cool que levou a Moby, Weezer, Vampire Weekend e até mesmo ao auto-intitulado rock "nerdcore" e os geeksta rappers.
Os historiadores do futuro do predomínio nerd provavelmente notarão que a fase de conquista de poder teve início nos anos 80, com a ascensão da Microsoft e da economia digital. Os nerds começaram a ganhar grandes somas de dinheiro e adquiriram credibilidade econômica, a base para o prestígio social. A revolução da informação produziu um desfile de magnatas nerds
altamente confiantes -Bill Gates e Paul Allen, Larry Page e Sergey Brin e assim por diante.
Entre os adultos, as palavras "geek" e "nerd" trocaram de posição de status. Um nerd ainda era socialmente manchado, mas o reino geek adquiriu sua própria contracultura bacana. Um geek possuía uma certa paixão por conhecimento especializado, mas também um alto grau de consciência cultural e segurança que um nerd carecia.
Os geeks não apenas se rebelavam contra os atletas, mas se distinguiam dos párias alienados e autocomiserados que choravam com reconhecimento ao lerem "O Apanhador no Campo de Centeio". Se Holden Caulfield era o solitário sensível de uma era de opressão aos nerds, então Harry Potter foi o líder mágico na era da conquista do poder dos geeks.
Mas a maior mudança não foi o Vale do Silício em si. Em vez disso, a nova tecnologia criou uma série de playgrounds mentais onde os novos geeks podiam exibir seu capital cultural. O atleta pode brilhar no campo de futebol, mas os geeks podem exibir sua sensibilidade suave e emoções bem moduladas em suas páginas do Facebook, blogs, mensagens de texto e Twitter feeds. Agora
há exércitos de designers, pesquisadores, especialistas em mídia e outros produtores culturais com talento para autodepreciação bem-humorada, referências sociais obscuras e análises de fim de noite.
Eles podem visitar sites ecléticos como Kottke.org e Cool Hunting, experimentar com fontes, admirar Stewart Brand e Lawrence Lessig e ingressar em redes sociais com nomes irônicos. Eles criaram uma nova definição do que significa ser cool, uma definição que deixa de fora os talentos dos atletas, dos tipos MBA e os menos escolarizados. Em "The Laws of Cool", Alan Liu
escreve: "Cool é um feeling por informação". Quando alguém tem a habilidade, você sabe.
Tina Fey, que já foi capa da revista "Geek Monthly", despontou como símbolo de um geek que cresce e se transforma em um cisne. Agora há um estilo de moda cool geek, que pode ser encontrado em sites de compras por toda a Internet (pense em tênis japoneses e camisetas cheias de texto). A Schwinn agora faz uma bicicleta com aspecto retrô Sid/Nancy, que é doce e
desajeitada apesar de seu nome evocar falsa raiva. Atualmente há milhões de pessoas de alta escolaridade guiadas por modos geek e regras de status.
A notícia de que ser geek é bacana aparentemente não chegou aos colégios ou ao Partido Republicano. George Bush exerce um papel interessante na história da ascensão nerd. Com seu professo desdém por coisas intelectuais, ele energizou e alienou toda a legião geek, e com isso grande parte dos americanos com nível superior com menos de 30 anos. Agora militantes, os
geeks estão mais coerentes e ativos do que no passado.
Barack Obama se tornou o Príncipe Caspian das hordas de iPhone. Eles o homenageiam com vídeos e cartazes que combinam domínio estético com despudorada adulação de herói. As pessoas nos anos 50 costumava debater seriamente o papel do intelectual na política moderna, mas a figura de autoridade de Lionel Trilling foi removida pela classe de massa dos
produtores culturais escritores de blogs. Então, em um período relativamente curto de tempo, a estrutura social virou de cabeça para baixo. Pois como está escrito, os últimos serão os primeiros
e os geeks herdarão a terra.
quinta-feira, 22 de maio de 2008
O absorvente no telhado
- Bom dia! Fazendo exercício logo cedo?
- Que nada. Recolhendo o lixo que o pessoal do prédio joga no meu telhado.
Ele tira do bolso um saquinho de supermercado e coloca em volta da mão, para recolher, argh!, um absorvente, do tipo O.B., devidamente utilizado. Que vergonha. Como não tem prédio do outro lado da casa dele, só pode ser o pessoal daqui. Meus vizinhos. Alguém que cruza comigo no elevador. Será a dona Arminda do 62? Ela tem bem o jeitão de que no fundo vive assistindo aqueles vídeos de sadomasoquismo no Youtube. Sei lá, aqui no prédio tem de tudo. Até um apartamento cheio de estudantes universitárias que estão sempre dando festinhas. Enfim, não dá pra julgar, mas coitado do Valdir. Fico tão constrangido que me despeço e volto pra dentro de casa.
Esse negócio de jogar lixo pra tudo quanto é canto é um tanto polêmico, porque as pessoas o fazem com a maior naturalidade. Conheci um microempresário que, ao realizar entrevistas de contratação de pessoal para a sua empresa, perguntava se o sujeito era de jogar papel de bala na rua. É claro que todo mundo respondia que não, e aí ele julgava se o estavam enganando ou não. Nunca conseguiu segurar funcionário mais de um mês na empresa, porque quando acreditava nos bons costumes de um ou outro, algum tempo depois era surpreendido por uma mesa de trabalho toda emporcalhada, e acabava desmascarando e demitindo a figura. Não precisa ser exagerado assim, mas que a coisa incomoda, ah!, isso sim.
Uma vez, dentro de um ônibus, duas meninas voltavam da escola e uma delas desembrulhou a bala, pôs na boca, e jogou o papel pela janela. O vento desenhou para o pequeno detrito uma trajetória extraordinária, fazendo-o entrar no coletivo pela janela de trás e cair no colo de um velhinho, que ficou possesso. Um professor meu na faculdade dizia que o cúmulo do deleite da burguesia é buzinar dentro de túnel. E sabe que eu acho essa imagem perfeita! O desrespeito pela coisa pública é geral no Brasil, desde as escolas até os postes de luz, vejam vocês. É capaz de um cidadão (se é que podemos considerá-lo assim) que bate com o carro num poste e causa queda de energia elétrica em uma rua inteira, saia feliz da vida por não ter se machucado e por seu carro estar devidamente segurado. O poste e os moradores da rua que se lasquem! Lembro de certa noite, quando era adolescente, em que esperava ansiosamente o fim da novela das oito pois na Tela Quente seria exibido Indiana Jones e o Templo da Perdição (falando nisso, não vejo a hora de assistir ao novo Indy!) Não é que o moleque do décimo primeiro jogou um saco de água justo sobre um fio desencapado, causando a queda da energia no prédio e melando minha diversão da segunda-feira à noite!
Enfim, divaguei sobre lixo, descambei para apagão, dá até pra parodiar Macunaíma. Muito lixo e pouca energia, os males do Brasil são!!!! E por falar em segunda feira, mais uma semana se inicia, é dia de branco outra vez. Na mesma varanda de ontem tomo meu café, porém devidamente paramentado, de paletó e gravata, não mais de chinelo e em mangas de camisa. Vejo o Valdir saindo de casa para mais um dia de labuta. Lembro mais uma vez do incidente desconcertante de ontem. Ih! O cara acabou de colocar uma bala na boca. E jogou o papel na calçada...
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Livreiro Edson Grimello inicia carreira de comediante!
"Jaws: qual o ônus de quem perde o tônus no ânus
Estava hoje em um local movimentado quando fui surpreendido por um som alto e estranho, parecendo o tema do filme Tubarão, só que molhado. Olhei do lado e havia um senhor de aproximadamente 70 anos de idade peidando! Cronometrei aproximadamente 15 segundos (uma eternidade em termos de peido). Após o espetáculo escatológico, comecei a divagar e me fiz a seguinte pergunta: quando envelhecemos, será que além da perda do tônus muscular, neste caso localizado, perdemos também os modos em público? Ou seja, estaremos literalmente cagando e andando para o que os outros pensam de nós?"
Os Planetas: o que seria das trilhas de ficção, fantasia e aventura sem Gustav Holst?
Apesar de Plutão ter sido descoberto nos idos de 1930, quando Holst ainda vivia, o compositor optou por deixar a obra como compusera inicialmente. No ano de 2000, no entanto, a Hallé Orchestra incumbiu o compositor Colin Matthews, especialista em Holst, de compor o oitavo movimento, dedicado a Plutão. O movimento foi intitulado Plutão, o Renovador, e foi dedicado à filha de Holst, Imogen. Matthews realizou uma pequena alteração ao final de Netuno, transformando-o em uma transição para o início de Plutão. A primeira performance incluindo o novo movimento aconteceu em 11 de maio de 2000, quando a Hallé Orchestra foi conduzida pelo maestro Kent Nagano.
sábado, 17 de maio de 2008
O polêmico videoclipe do Justice
Assista a Stress clicando aqui e opine através da enquete ao lado.
A matéria do Estado você lê aqui. O texto é de Jotabê Medeiros.
Jornalismo Cultural sem melindres nem rabo preso
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Kafka Show: insetos gigantes processados em forma de música
Apresento-lhes então o Kafka Show, grupo do meu camarada José Augusto Barrichello, lá da Cásper. Os caras vão tocar na Saraiva do Shopping Morumbi, no próximo sábado, 17/05, às 19:30, e estou achando que vão botar aquele espaço de pernas para o ar. Pode processar, (o que é muito oportuno em se tratando de Kafka!!!), new wave, eletrônico, guitarras barulhentas porém melódicas, letras e vocais honestos e coerentes com a forma sonora, e talvez o mais importante, artistas que não fazem a música por fazer, mas pensam-na, pelo menos pelo que conheço do Barrichello, que prepara algo sobre música para sua monografia lá na pós-graduação. Eis aí um perfil sucinto da banda. Olhar para o próprio trabalho faz toda a diferneça na música atual, pasteurizada por emos, retrôs fakes, enfim, essa perdição toda que assola o rock "independente" na contemporaneidade. As gravadoras ditas independentes não passam de microcosmos das majors, o que é triste mas previsível, quando entra em ação o Mefistófeles Fonográfico!
Parabéns ao Kafka Show por fazer diferença!
Não sei se poderei comparecer no sábado, mas façam uma esbórnia naquele espaço todo organizadinho!!!!
Para os que se interessarem, as faixas Em Paz e Quem estão no myspace,
http://www.myspace.com/kfkshw
O show tem entrada franca.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
As Raízes do Zeppelin
1. Long Tall Sally
Autores: Johnson/Penniman, Blackwell
Intérprete: Little Richard
CD: 22 Classic Cuts
2. As Long as I have you
Autores: Elgin/Ragovoy
Intérprete: Garnet Mimms
CD: Talcum Soul - 26 Stronking Northern Soul
3. Travelling Riverside Blues
Autor: Robert Johnson
Intérprete: Robert Johnson
CD: Martin Scorsese Presents The Blues: Robert Johnson
4. Shake'em on down
Autor: Bukka White
Intérprete: Bukka White
CD: The Complete Bukka White
5. Summertime
Autor: George, G/Heyward
Intérprete: Santo & Johnny
CD: The Best of...
6. Blackwater Side
Autor: Bert Jansch
Intérprete: Bert Jansch
CD: An Introduction to Bert Jansch
7. Nobody's fault but mine
Autor: John Renbourn
Intérprete: John Renbourn
CD: Another Monday
8. Fresh Garbage
Autor: J. Freguson
Intérprete: Spirit
CD: Mojo Presents... Spirit
9. You Need Love
Autor: Willie Dixon
Intérprete: Muddy Waters
CD: Muddy Waters - The Best 1956-1964 - The Chess 50th Anniversary Collection
10. Killing Floor
Autor: Chester Burnett
Intérprete: Howlin' Wolf
CD: The Howlin' Wolf Collection
11. In my time of dying (Jesus make up my dying bed)
Autor: Johnson
Intérprete: Blind Willie Johnson
CD: The Complete...
12. She moved thru the bizarre/blue ragga
Autor: Padraic Colum
Intérprete: Davey Graham
CD: After Hours at Hull University, 4th February 1967
13. Babe, I'm gonna leave you
Autor: Anne L. Bredon
Intérprete: Joan Baez
CD: Joan Baez In Concert
14. Dance of the inhabitants of the palace of King Philip XIV of Spain
Autor: John Fahey
Intérprete: John Fahey
CD: The Best of John Fahey 1956-1977
15. She Likes it
Autor: Owen Hand
Intérprete: Owen Hand
CD: Footprints In The Snow/Various Artists'
terça-feira, 13 de maio de 2008
Brasil comemora 100 anos do criador de James Bond
Na oportunidade, a Editora Record vai anunciar o lançamento, no Brasil, do livro “A Essência do Mal” (Devil May Care), a nova aventura de James Bond, escrito por Sebastian Faulks, escolhido oficialmente pela Ian Fleming Publications Ltd..
Mais informações:
http://comunidade007brasil.com/
sábado, 10 de maio de 2008
Xiita globalizado
(Enquanto o Mundo Explode, Chico Science)
Na capa do caderno de notícias internacionais do Estado de São Paulo de hoje, duas fotos ilustravam a manchete. O Hezbollah pretende "trazer a Síria de volta ao Líbano e estender o alcance do Irã ao Mediterrâneo", conforme comunicado lido pelo líder cristão Samir Geagea. Para tanto, ontem tomaram o controle do lado oeste de Beirute e expulsaram dali seus opositores, leais ao governo do primeiro-ministro Fuad Siniora. Na primeira foto, um militante do grupo ataca a sede da rede de TV Futuro, propriedade do líder governista Saad Hariri. Na segunda, outro rebelde ajeita uma foto do presidente sírio num escritório do partido de Hariri, em Beirute. Me chamou a atenção o calçado do segundo fotografado, no qual lê-se Adidas em letras garrafais. Se o atual governo do Líbano é pró-EUA, teríamos aí uma contradição globalizada?
Não vou entrar no mérito das motivações para o conflito entre os dois lados, mas que a cena é um paradoxo é. Paranóia idealista da minha parte? Pode ser. Principalmente para os filósofos do fim da história, que já somam centenas no mundo todo. Para quem quiser aprofundar a discussão, dois autores, um americano outro brasileiro, abordam a globalização sob perspectivas interessantes, e lembrei deles no ato em que vi a foto. O brasileiro Octavio Ianni, em seu A Era do Globalismo (primeira edição de 1996, Civilização Brasileira), aborda a questão do global x local no suposto mundo sem fronteiras da globalização. Já o americano Benjamim Barber, em Jihad X McMundo, nos mostra as consequências sociais e culturais dessa nova configuração do global. Nas edições pós 2001, Barber acrescentou um prefácio considerando o 11/09.
Mesmo que o propósito central do conflito não seja a dominação cultural americana, considero a imagem sintomática para pensarmos quem está por trás dos capuzes do Hezbollah e de outros grupos radicais. Me lembrei da cena final de Os Sonhadores, de Bernardo Bertolucci. Quem é de fato a juventude que faz número nas revoluções? Culturalmente, as revoluções de hoje vão de fato surtir algum efeito contra a hegemonia do tal McMundo?
Semana "Satchmo"
Tenham todos um ótimo sábado.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Louis Armstrong - Originals
sábado, 3 de maio de 2008
10 Videoclipes Arrasadores, por Arlindo Machado
Tendo uma oportunidade de ler o capítulo e olhar a lista, façam, vale à pena. Entre os 10 estão Drive, do R.E.M, People of The Sun, do Rage Against The Machine, e O Silêncio, de Arnaldo Antunes.
Na minha monografia, que trata da MTV e o uso de comunidades de relacionamento no Orkut, o foco é mais crítico, partindo sobretudo do conceito de Indústria Cultural de Adorno e Horkheimer e do Marketing do Cool de Naomi Klein. No entanto, o material do livro pode servir a múltiplos propósitos.