terça-feira, 29 de março de 2011

Sucker Punch

Dois indícios de que valeu à pena ver Sucker Punch: minha volta a este blog depois de 7 meses e a vontade de assistir o filme outra vez. Não posso negar que o maior motivador que me levou ao cinema (melhor ainda, ao IMAX) foram as belas garotas, "girls with guns" numa atualização dos cult movies do gênero, que têm como expressão mais notória Barbarella e os filmes de Russ Meyer. Bacana constatar, no entanto, que as moçoilas servem a trama bem, e o que poderia ser a única graça do filme ampara outros elementos e significados interessantes.
A história da menina que é internada num hospício pelo padrasto é contada desde o início em forma de video clip, e conforme o filme ganha ritmo cada vez mais nos sentimos num gigantesco video game. A protagonista , Baby Doll (Emily Browning), cria em seu inconsciente um universo paralelo que vem amparar sua intenção de fugir do hospital. Daí em diante o video game e o video clip se misturam às referências mais variadas de um cinema que já é pop, pra resultar em algo mais pop ainda, um tanto difícil de definir: tem Tarantino, Senhor dos Anéis, Mouling Rouge, Capitão Sky, e video game, muito video game.
O diretor do filme, Zack Snyder, mostrou, desde 300, que sabe trabalhar texturas muito especiais na telona e de que faz diferença entre os papas dos blockbusters hollywoodianos do momento. Mas se Watchmen e 300 são adaptações, Sucher Punch tem roteiro original do próprio diretor e é, de alguma maneira, o resultado dessa mistura de referências que formam a bagagem do cara. Resultado também de um recado contundente que o diretor quer passar, quando cria múltiplos cenários alegóricos para falar de um assunto muitíssimo real.
Mas não se iluda: se perder nas alegorias é inevitável e delicioso, e no fundo é o que parece que o diretor mais quer que te aconteça, para enfim descortinar um desfecho um tanto surpreendente, que dá ao filme uma graça além da beleza de Baby Doll e suas comparsas.
De volta às beldades inebriantes é justo que se lembre aqui, porque ninguém é de ferro, da beleza quarentona de Carla Gugino, que interpreta a Dra. Vera Gorski e não perde em nada para as jovens heroínas. Destas não posso deixar de mencionar Sweet Pea (Abbie Cornish), apaixonante, num estilo que mistura cabaré com os penteados dos anos 60 (sinceramente, penteados dos anos 60 são como criptonita pra mim!).
Havendo oportunidade volto ao cinema, e saindo Blu-Ray vou ter que morrer na grana. Deixe os preconceitos em casa e divirta-se. Fruição garantida, além das expectativas.

Leiam no link matéria interessante do próprio Zack Snyder falando sobre o filme.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ótimo texto, Igor! Agora preciso ver este filme! beijo, Karol.