quinta-feira, 29 de julho de 2010

Coleção Cultura: raridades da música brasileira em 10 CDs exclusivos!

A Livraria Cultura acaba de lançar a Coleção Cultura, projeto que seleciona e resgata, com exclusividade, álbuns clássicos que se tornaram populares e álbuns populares que acabaram se transformando em clássicos.
A principal missão desta coleção é relançar preciosidades da música popular brasileira ou que dialoguem com ela, e que são, dentro de nosso entendimento, álbuns importantes e representativos. A Coleção Cultura recoloca no mercado 10 títulos de relevância histórica e cultural, dentre eles alguns inéditos em formato CD.
O projeto foi desenvolvido pela Livraria Cultura em importante parceria com Charles Gavin (músico, colecionador e pesquisador musical), responsável pela curadoria cuidadosa e especializada dos títulos, e com a Sony/BMG que, nestes primeiros 10 CDs, foi parceira exclusiva da Livraria Cultura no projeto. As embalagens e encartes respeitam as edições originais, e os álbuns foram todos remasterizados. Cada disco está disponível a R$ 29,60 em todas as lojas da Livraria Cultura e no nosso website, através do endereço www.livrariacultura.com.br/colecaocultura.
É com muita honra que convidamos vocês para embarcar nessa viagem sonora, conhecendo ou revisitando essas dez preciosidades da boa música.
Estou profundamente orgulhoso de fazer parte desse projeto. Visitem o site da coleção e divirtam-se. Em breve iniciarei aqui neste espaço uma série de posts comentando cada um dos discos. Não percam!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A bola dos literatos: gols de letra de três grandes nomes da nossa prosa

Na edição do Estadão do último Domingo, 11/07, foram publicadas três crônicas sensacionais. Luís Fernando Veríssimo, Sérgio Augusto e João Ubaldo Ribeiro aproveitaram o último dia de Copa do Mundo para criar sobre o tema futebol e os resultados você confere nos links aí em baixo. Desde os tempos em que Nelson Rodrigues glamurizou o futebol em suas crônicas ganhamos textos memoráveis para a nossa literatura quando bons prosadores abordam o tema. O viez de Veríssimo, mais crítico e focado nas contradições sociais, econômicas e espaciais da copa na África do Sul, encerra com a torcida do escritor pela seleção espanhola, afinal de contas, "pela sua história recente, e pela Penélope Cruz, eles merecem". Sérgio Augusto faz seu balanço da copa costurado aos folclores do mundial, como o célebre polvo alemão. João Ubaldo, por fim, puxa a cadeira de uma mesa de bar para nos sentarmos e acompanharmos um debate divertídíssimo entre dois amigos, um deles cada vez mais descrente no jogo bonito, e que diz que mais e mais as seleções jogam todas do mesmo jeito e que cedo ou tarde os E.U.A. e o Japão é que acabarão em uma finalíssima. Enfim, puro deleite nas letras futebolísticas. Confiram:

Uma cidade que não existe, por Luís Fernando Veríssimo

Visca Espanya!, por Sérgio Augusto

A Copa num boteco do Leblon, por João Ubaldo Ribeiro

terça-feira, 6 de julho de 2010

Novidade no Jazz: Christian Scott

Yesterday You Said Tomorrow é o novo disco do trompetista Christian Scott, de Nova Orleans. Scott tem apenas 27 anos mas já lançou 5 trabalhos. E concebeu agora um disco extraordinário. Seu som me chamou a atenção lá na Cultura do Villa Lobos. O Silvio, vendedores que fica lá no setor de clássicos, pôs pra tocar e quando cheguei imediatamente o som me pegou. Lembrei de uns discos de que gosto muito, do Mccoy Tyner no início dos anos 70 (Asante e Extensions). Apesar do trabalho de Scott ter elementos mais modernos, os dois artistas se aproximam pelo diálogo com outras sonoridades que não a do jazz puro. Tyner dialoga com ritmos africanos (sobretudo em Asante) e Scott abraça o rock e a melhor tradição do jazz para criar sua música. O próprio trompetista cita, no encarte do CD, Coltrane, Miles, Mingus, Hendrix e Dylan como pontos de referência. Jazzista que cita, entre suas influências, músicos que não de jazz, demonstra maturidade, e consegue trabalhar com um leque muito maior de possibilidades. Não dá pra ser purista em jazz no mundo contemporâneo. É certo que Wynton Marsalis recuperou uma tradição que vinha ficando cada vez mais enterrada pelas diversas variações do fusion que surgiram desde os primeiros flertes de Miles Davis com a eletricidade, mas quem hoje conseguir unir bem a tradição e a inovação no jazz é que está num bom caminho.
Yesterday You Said Tomorrow é um desses casos. Da tradição, o álbum tem temas marcantes que retornam ao final de cada música, amparados por arranjos de piano e bateria extremamente modernos. Quebradeira de primeira qualidade, cortesia do pianista Milton Fletcher e do baterista Jamire Williams. Completam o grupo de Scott o baixista Kristopher Keith Funn e o guitarrista Matthew Steven, que dá ao disco momentos para fãs de Wilco, Sonic Youth e Radiohead (ouça "Angola, La & the 13th Amendment"). E por falar em Radiohead, a segunda faixa do álbum de Scott, "The Eraser", foi adaptada de uma canção homônima do álbum solo de Thom Yorke. A faixa que abre o álbum, "K.K.P.D." (segundo Scott, Ku Klux Police Department), lembra Mingus tanto na veia política quanto no caos organizado característico do lendário baixista. Preciso falar mais?

domingo, 4 de julho de 2010

Substitutos

Acabei de assistir o filme Substitutos (Surrogates, 2009), inspirado em série de HQs com mesmo título, protagonizado por Bruce Willis e dirigido por Jonathan Mostow, de Exterminador do Futuro 3. Despretensioso a começar pelo orçamento, de cerca de U$ 80.000.000,00 (os blockbusters em geral gastam de 150 a 200 milhões de dólares), e com pouco menos de 1:30h de duração, o filme conta a história de um mundo onde as pessoas vivem através de seus "substitutos", robôs que reproduzem suas características reais e realizam seus mais variados afazeres diários. Surrogates, o título em inglês, define muito melhor o tipo de unidade que cada ser humano opera, não são bem robôs ou andróides.
Qualquer dano sofrido à unidade não resulta em consequências para o operador, é o que garante a empresa VSI, que monopoliza a fabricação e a comercialização das unidades, que são amplamente utilizadas a não ser por uma resistência que vive isolada sob a sabedoria de um líder conhecido como O Profeta.
Tudo muda quando o assassinato de duas unidades resulta na morte de seus operadores. O agente Tom Greer (Willis) se envolve na investigação dos casos mas acaba tendo que sair do seu "substituto" e viver em carne e osso para descobrir a verdade.
O tema dos avatares, da vida virtual, é cada vez mais caro à ficção científica, e Substitutos aborda a questão direitinho, sem brilhantismo mas sem fazer feio. Por falar nisso, no bombardeio de Avatar que nos assolou no final do ano passado e começo deste ano a questão das identidades virtuais, que dá o título ao filme da James Cameron, foi a questão menos abordada. Criticou-se exaustivamente que o roteiro era ruim, a história batida, etc. etc., mas a questão mais séria do filme, da forja de identidades para infiltração dos humenos entre os Na'vi, ficou de lado, como se fosse natural, parte do nosso dia a dia, o que é assustador.
Tendo um sábado à noite sem idéias de filmes e sendo fã de ação e ficção científica, assista Substitutos. É divertido, breve, e dependendo do pique dá até pra encarar outro filme na sequência.