Admitamos: lista de melhores disso ou daquilo é questão de ponto de vista. Mas o sábio Nick Hornby estava mesmo iluminado quando promoveu esse vício ao patamar de 8º pecado capital dos amantes da cultura popular. Foi irresistível falar das listas dos melhores álbuns da década de 2000 nos bate papos dos cafezinhos pós-almoço lá na livraria nos últimos meses. Vale lembrar inclusive que há controvérsias sobre o que se considera a década em questão, se 2000-2009 ou 2001-2010 (para os partidários desta há de vir uma lista no final deste ano, excluindo os discos de 2000 e incluindo os de 2010).
Divergências à parte, há alguns pontos pacíficos em todas essas listas, e eu costumo avaliar esses troços muito mais pela relevância no momento histórico do que propriamente pelo meu apreço ou não pelo álbum. Por exemplo, a unanimidade em relação ao Radiohead, que aparece em todas as listas com mais de 1 disco, é incontestável.
Compartilho com vocês essa divagação porque escrevo aqui da casa dos meus pais, e meu irmão Bruno tem em sua discoteca Relationship of Command (2000), do At the Drive-in, que não ouço há tempos e resolvi escutar hoje. Quem será que foram os mais de cem críticos, artistas e executivos da indústria fonográfica que a Rolling Stone convidou para opinar? E o Pitchfork, autodenominado o guia essencial da música independente? Em nenhuma das duas listas, e em tantas outras, justifica-se a ausência do álbum, e não é difícil encontrar blogs e sites reiterando essa impressão. Ao menos a New Musical Express listou o álbum como o 12º colocado da sua seleção, que é inclusive muito interessante porque traz links para vídeos no Youtube e resenhas publicadas quando dos lançamentos dos discos.
Se você nunca ouviu ou há muito não ouve Relationship of Command, faça-o imediatamente. Se for adepto da concepção de década "2000-2009" ainda dá tempo de montar sua listinha, dos 5, 10, 100, 1000 discos, e incluir o At The Drive-in com certeza.
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