Esqueça todos os mega shows a que você já foi. O Maior Espetáculo da Terra aconteceu aqui nestas paragens em 27/11, última sexta-feira, das 21:35hs às 23:35hs no estádio do Morumbi. O que já era esperança perdida pela manhã, quando fui acordado pelo meu despertador, concretizou-se algumas horas depois, com a notícia de que meus amigos Fernanda e Erico tinham um ingresso do AC/DC para mim.
Como o combinado transito paulista + chuva não ajudou nada, eu, o Erico e o Osmar Piffer chegamos na frente do estádio e ouvimos os primeiros acordes de "Rock n' Roll Train" ainda do lado de fora. Corremos para achar os portões de acesso indicados nos ingressos. Muita gente na rua, há muito não via tanta movimentação em shows grandes. Enfim, ao passarmos pelo portão seguimos pelo túnel de acesso à pista, e ao colocarmos as caras dentro do estádio, o primeiro acorde de "Back in Black" fez um arrepio subir pela espinha. A imagem que vimos foi dantesca mesmo (haja clichê!!!). Milhares de pessoas, na pista e nas arquibancadas. Nunca vi um artigo da 25 de Março proporcionar um espetáculo tão incrível: nas arquibancadas, milhares de pessoas usavam aquelas tiaras luminosas com chifrinhos a lá "Highway to Hell", detalhe inusitado que incrementou o espetáculo.
Do show em si, dá pra resumir dizendo que os caras fazem o sujeito esquecer o preço que pagou no ingresso. O som é perfeito e alto, os efeitos são precisos, a captação de imagens para o telão é sensacional e o AC/DC traz tudo aquilo que a gente quer ver: o sino em "Hells Bells", a salva de canhões em "For those...", solo de Angus Young, e mais a novidade do trem no cenário por conta da principal música de trabalho de Black Ice.
Da experiência, tudo que eu disser aqui é reducionismo. Só não dá pra deixar de mencionar que cantar "You Shook Me All Night Long" com a multidão é uma das coisas mais prazerosas de se fazer na vida, outro momento de arrepiar a espinha! Bacana e inesperado ouvir "Shut Down in Flames" e "Dog Eat Dog", que eu não previa já que não vi o set list previamente publicado pela imprensa. No mais, o indispensável: "Highway to Hell", "Dirty Deeds", "TNT", "Whole Lotta Rosie", "The Jack". Do disco novo, fora a abertura com "Rock n' Roll Train" tivemos "Big Jack", "War Machine" e a faixa título, "Black Ice".
Enfim, belo tributo ao jeans, à camiseta velha e à escala pentatônica. Se um ser de outro planeta chegasse hoje à terra e me perguntasse simplesmente o que o rock, "Back in Black" nele! Nenhuma banda reúne hoje tão bem os elementos do que podemos chamar basicamente de rock. O AC/DC derruba todas as necessidades que temos de classificar o gênero em subgêneros, e dá periodicamente ao castigado rock mundial uma injeção de simplicidade e eficiência. Viver essa experiência foi impressionante!