Esclarecendo: alguma pretensão todo filme tem por trás. Quero dizer que é bom demais quando um filme não é realizado com a pretensão (quer de seu diretor ou estúdio) de ser grande, clássico, ou quaisquer outros adjetivos perigosos que se possa imaginar.
Acabo de assistir Anti-Herói Americano, que conta a história do americano comum Harvey Pekar, que um dia decidiu contar seu dia-a-dia através de histórias em quadrinhos, aproveitando que ninguém menos que Robert Crumb cruzara seu caminho. Mesmo que o pai do gato Fritz não fosse tão célebre na época em que os dois se conheceram, Crumb foi o primeiro a ilustrar as histórias de Pekar, e este não tem a metade do reconhecimento de Crumb. Ótima a ideia de contar no cinema a vida de um cara que mostrou que um artista brilhante pode estar na mesma pele de um homem medíocre. Louvável também contar uma história no cinema com o conceito formal dos quadrinhos, o que ressalta o quanto as duas formas de expressão estão entrelaçadas e o quanto as HQs são importantes para a evolução de todas as outras formas de arte do séc. XX em diante. Para concluir, no mínimo notável um artista enfrentar as armadilhas do autobiográfico em toda a sua obra. O limite entre o envolvimento e o distanciamento é o que define bons trabalhos e faz a diferença nesses casos. E a atuação de Paul Giamatti é soberba.
Sábado passado vi Todos Dizem Eu Te Amo, o filme que Woody Allen lançou em 1996. Em mais uma de suas pequenas comédias que reverenciam Manhattan e contém belos diálogos, Allen ainda presta uma homenagem aos filmes musicais americanos e consegue reunir um elenco de grandes nomes em atuações simples mas precisas: Alan Alda, Julia Roberts, Drew Barrymore, Tim Roth e Edward Norton são alguns dos atores. Tiro e queda para deitar na cama e dormir leve, leve.
Enfim, dois ótimos filmes. Realizações simples longe de serem produções grandiosas; pouco dinheiro e boas ideias!
Enfim, dois ótimos filmes. Realizações simples longe de serem produções grandiosas; pouco dinheiro e boas ideias!
Um comentário:
Ótima matéria mencionando o Paul Giamati, acabei de ver 'O Ilusionista' no sábado com ele.A história sobre Harvey Pekar é impecável e sua atuação é ótima, filme que tive a sorte de encontrar pois é um título bem de sea char.Ótimo blog, meu caro.Continue assim.Abraços...
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