quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Operação Valquíria


Operação Valquíria não vai entrar para o hall dos grandes filmes de guerra e correlatos. Apesar do mérito no quesito tensão, que tem mantém ligado na ação do começo ao fim, a narrativa toda é muito linear e nada aprofundada no que diz respeito aos dilemas dos personagens. As caracterizações estão muito boas mas isso hoje em dia acho que é o mínimo esperado para o cinemão de Hollywood. O diretor Brian Singer acertou a mão na trama, mas sem fazer um grande filme. Talvez seja um pouco o contrário do seu Superman - Returns, no qual perdeu-se um pouco a coesão na pretensão de se fazer algo inesquecível. Aliás, Operação Valquíria é seu primeiro filme desde então.
Já Tom Cruise está bem no papel do coronel Claus von Stauffenberg, o sujeito que pôs a mão na massa para a realização do último dos 15 atentados que Hitler sofreu durante a Segunda Guerra. Cruise não está brilhante, mas chegou num patamar da carreira em que deve tranquilamente poder escolher os projetos de que participa, atuando e produzindo como é o caso aqui.
Enfim, talvez o aspecto mais interessante do filme, apesar do não brilhantismo, seja a construção de cenas que retratam momentos marcantes de toda a chamada Operação Valquíria. Destaco entre essas cenas o momento da prisão de Joseph Goebbels.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Por enquanto nada de Sonic Youth no Brasil este ano

Estou neste momento conversando com o meu amigo Snorks sobre a vinda do Sonic Youth ao Chile este ano. A esperança era meio evidente: banda de fora do Brasil que passa pela América do Sul em geral faz o circuito Chile, Argentina e Brasil. Acabei de lembrar inclusive daquela musiquinha até meio piegas do Marky Ramone com o Skinny Bones, Three Cheers for You, que fala justamente da receptividade que, no caso, os Ramones tinham nesses três países.
Divagações à parte, acho que isso reflete bem a falta de visão dos grandes organizadores de shows aqui, aliada é claro com a sempre presente vontade de ganhar milhões e milhões. Penso que se dependesse do Sonic Youth a viagem próxima facilita as coisas, mas é bem possível que eles não tenham recebido nenhum convite mesmo para vir ao Brasil. Em comparação aos últimos anos mais ou menos fracos em em termos de shows por aqui, essas empresas organizadoras resolveram investir em mega eventos, que movimentam dinheiro em várias frentes, como Madonna e The Police (que tragam logo o Michael Jackson, que já está no bico do corvo!!!). Shows como esses aparecem muito mais e quem sabe não levantam muito mais grana que um ou dois festivais ou quatro ou cinco shows isolados, principalmente de artistas como o Sonic Youth que não estão em evidência e nem tem disco recente na praça. Fora o fato dos caras saírem da Universal e irem para a Matador. As ditas "majors" sempre tem influência nessas coisas.
Enfim, seguimos na esperança de ver o Sonic Youth por estas terras, e espero que num esquema mais intimista que o Claro que é Rock!


The Droog Organization Project na Dynamite n.102

Saiu na revista Dynamite (que agora só existe na versão virtual) no. 102 uma entrevista que demos no segundo semestre do ano passado.

Segue o link para baixar a edição em pdf:

http://dynamite.terra.com.br/portal/revista/Dynamite102.pdf

Quem nos entrevistou foi o Luciano 'Carioca' Vitor, que sempre foi um grande entusiasta da nossa música.

Com certeza um empurrãozinho pra gente tomar vergonha na cara e ver se toca alguma vez este ano!!!

Standing on The Shoulder of Giants


Por que é que eu resolvi falar de um disco de 9 anos atrás? Simplesmente porque volta e meia converso com pessoas que ou não gostam de Standing on The Shoulder of Giants ou não vêem nada de especial no disco. Giants é meu Oasis favorito até hoje, e como se não bastasse o fato de todas as canções serem ótimas, ao longo dos anos fui percebendo mais aspectos que fazem desse disco um divisor de águas na trajetória da banda. Ok, aí você vai me dizer que no repertório dos shows dos caras há cada vez menos espaço para canções de Giants, e que What's the Story Morning Glory? ainda é o álbum que mais cede músicas para o repertório executado ao vivo, o que não deixa de ser verdade. Mas vou listar em seguida minhas ponderações sobre Giants, convidando-os, fãs de Oasis que me lêem por aqui, a discutir o assunto, concordar e discordar à vontade.
Fundamental lembrar que Gem Archer e Andy Bell, guitarrista e baixista que entraram no Oasis para gravar o álbum, estão na banda até hoje, e não só tocam como compõem. Depois de Giants o Oasis deixou de ser os Gallagher + 3 caras; em termos de sonoridade, todos os discos da banda a partir de então têm o som mais encorpado, o que se deve muito às linhas de baixo de Andy Bell; foi a turnê de Giants que rendeu o álbum ao vivo Familiar to Millions, gravado no estádio de Wembley em 2000 com 140.000 ingressos vendidos em duas noites. Esses são os pontos para mim mais evidentes. Devo até ter pensado em alguma outra coisa, mas que não me ocorre no momento. O importante é que desenterrem seus Standing on The Shoulder of Giants e prestem atenção nesse grande disco!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

The Age Of The Understatement

The Age Of The Understatement saiu faz quase 1 ano e até esses dias eu não tinha parado pra ouvir o disco. Projeto paralelo de Alex Turner (Arctic Monkeys) e Miles Kane (The Rascals), o "grupo" batizado como The Last Shadow Puppets deu a este trabalho uma veia sessentista digna dos melhores grupos britânicos da década. Acho até que se esse aspecto tivesse sido um pouco mais explorado em resenhas e críticas especializadas eu teria me interessado pelo disco antes. Talvez a proximidade mais marcante seja com os Yardbirds. Os timbres vocais de Kane e Turner lembram a voz de Keith Relf; os climas de algumas músicas, como por exemplo a faixa título, Only The Truth e Calm Like You (para citar só três das ótimas 12 canções do disco) não perdem em nada para Evil Hearted You e Shapes of Things.
Curioso como a maioria das referências feitas ao projeto em material que li na internet citam como influências mais evidentes Scott Walker e David Bowie, que sinceramente não consegui detectar muito no som dos Puppets.
Como se não bastasse um excelente disco, a capa de The Age Of The Understatement é sem dúvida uma das melhores de 2008.

Lux Interior morreu em 04/02 aos 62 anos


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

"Comes a time, comes a time..."


"Comes a time", de Neil Young (a canção, não o álbum), tem o poder de sintetizar a vida em um certo sentido. Há momentos em que nos sentimos à deriva, outros em que ordenamos as ideias para recomeçar. Como iniciei este ano ordenando as ideias, "Comes a time" me acompanha todos os dias, até porque a melodia traz uma paz impressionante. Vale dar uma olhada na versão ao vivo do filme Neil Young - Heart of Gold, com sei lá quantos violões juntos no palco.

Segue a letra e um convite à audição. Faz um bem e tanto!

"Comes A Time"
(Neil Young)

Comes a time
when you're driftin'
Comes a timewhen you settle down
Comes a light
feelin's liftin'
Lift that babyright up off the ground.

Oh, this old worldkeeps spinning round
It's a wonder tall trees ain't layin' down
There comes a time.

You and I we were captured
We took our soulsand we flew away
We were rightwe were giving
That's how we keptwhat we gave away.

Oh, this old worldkeeps spinning round
It's a wonder tall treesain't layin' down
There comes a time.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Transplants

Cheguei em casa na segunda passada e a Globo exibia O monge à prova de balas, pastelão cinematográfico de primeira. Depois de rir um pouco com cenas bizarras de lamas lutando no melhor estilo Jackie Chan, me chamou atenção a trilha sonora, toda retirada do álbum Transplants (2002). O projeto de mesmo nome foi encabeçado por Tim Armstrong (Rancid), seu amigo rapper Rob Aston, e Travis Barker, baterista do Blink 182. Lançado aqui no Brasil pela extinta Roadrunner, esse disquinho tocou até furar aqui em casa, até porque meu irmão Bruno também adora.
Complicado definir o projeto, mas vamos lá: Armstrong trouxe do Rancid suas ébrias melodias vocais, mais as guitarras e baixos, além de frases de piano para duas das melhores músicas do disco, "Diamonds and Guns" e "California Babylon". Aston urra nos microfones e traz a pegada rap mas sem exageros, e a bateria de Travis é quase sempre incrementada com alguma batida eletrônica, o que faz os ritmos muito mais marcantes e por que não dançantes. Entre convidados ilustres do projeto estão Brody Armstrong (The Distillers), esposa de Tim; Matt Freeman (baixista do Rancid); e Vic Ruggiero (The Slackers). A mistureba remete ao Clash e ao punk, é claro, ao House of Pain, ao melhor da Soul Music, enfim, só ouvindo mesmo. De tão bom que é o disco quase que salva O monge à prova de balas!!!!

Desabafo em prosa

Encontro casual com semi-desconhecido é a coisa mais chata que existe. Papo forçado, tempo, família, trabalho. Torço pra não acontecer. Fones de ouvido são um álibi e tanto para evitar a semi-intimidade do semi-desconhecido. A "cochiladinha" instantânea logo que o sujeito sobe no coletivo é tiro e queda.
Dizem que o momento pelo qual estou passando me faz assim. Coisa de mãe. Um referencial tão ranzinza quanto eu me mantém firme. Coisa de pai. Meu pequeno franze o cenho quando algo lhe desagrada. De cara levou do pai mania chata, que faz as pessoas me pensarem pouco sociável, "bravo".
As letras adiam o sono, incentivam reflexões bizarras dos trajetos do dia-a-dia. Se eu dirigisse um carro dificilmente pensaria essas coisas. quem acredite que melhor seria. Eu não.