quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Guarda-Chuvas: nem a ficção futurista tem solução melhor

Não gosto de carregar guarda-chuva. Hoje, ao sair do trabalho, precisei enfrentar uma chuva forte e não pude esperar passar. A situação era de emergência, precisava levar meu filho ao médico. Ao sair do Conjunto Nacional, os astutos vendedores de guarda-chuvas (que ao primeiro sinal de sol transformam seus stands em bancas de bonés e protetores solares) estavam prontos a me oferecer vários modelos. "Sombrinha 5, guarda-chuva grande 10", bradou o ambulante com um modelo masculino aberto. Saquei os R$ 10,00 e já saí com o produto aberto nas mãos, prontinho para enfrentar a água. Entrei na estação Consolação (missão cumprida para o guarda-chuva), tomei o metrô até a Vila Madalena, e ao descer ali, adivinhem? A chuva tinha passado. Não me importei porque meu objetivo estava bem claro na minha cabeça, e também porque daqui uns dois ou três dias chuvosos sei que precisarei de um guarda-chuva novo. São todos descartáveis hoje em dia. Aliás, se eu fosse fabricante, daria à minha fábrica o nome "Águas de Março", não porque é bonito homenagear Jobim, mas porque os guarda-chuvas do momento só duram um mês e olhe lá.
De qualquer forma, não há o que os substitua. Capas de chuva são menos práticas ainda. Nem a ficção inventou nada melhor. Na Los Angeles de 2019, o oficial Deckard enfrenta uma noite chuvosa e os transeuntes se protegem com o quê? Guarda-chuvas, dos tradicionais. Aliás, nem sinônimos encontrei para definí-los. Repararam quantas vezes mencionei a palavra guarda-chuvas? Até mudei a cor para ficar mais fácil de vocês contarem. Então, aproveitando que estamos no campo da linguagem, fui ao dicionário Aurélio a fim de tentar encontrar um sinônimo para enriquecer um pouquinho que seja meu texto. A busca foi infrutífera. Imagine só substituir a palavra em qualquer uma das ocorrências acima por "armação de varetas móveis, coberta de pano ou doutro material, para resguardar da chuva ou do sol"* De qualquer forma, está para nascer a invenção que substituirá o guarda-chuva (bem como a palavra que enriquecerá nosso vocabulário guardachuvístico). Continuamos então debaixo da armação retrátil. Mas que não chova, de preferência. Para amanhã, 04/01, em São Paulo, Sol e aumento de nuvens pela manhã. Pancadas de chuva à tarde. À noite o tempo fica aberto.

Bom final de semana a todos!


* Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa / Aurélio Buarque de Holanda Ferreira; coordenação de edição Margarida dos Anjos, Marina Baird Ferreira - 6. ed. rev. atual - Curitiba : Positivo, 2006.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito boa abordagem. Continue assim, caro mestre. Um abraço.