quarta-feira, 26 de novembro de 2008

DIS 1: Nova música experimental, novos artistas visuais





Pessoal,
Meu irmão Bruno Oliveira é um dos artistas envolvidos no projeto. As bandas que estão no cd também são muito bacanas, e estão fazendo shows em todo o país para divulgar o material.
Mais informações: http://www.dissenso.com.br/
Abaixo release do jornalista Alex Antunes:
"DIS#1 é o primeiro de uma série – uma publicação que reúne diversos artistas na área das artes plásticas, gráficas e fotografia a bandas de música contemporânea (neste volume, Ruído/mm de Curitiba, Constantina de Belo Horizonte, Fóssil de Fortaleza e Labirinto de São Paulo). Mas esse lindo CD-livrinho é mais intrigante do que isso – ele é um sintoma de algo maior e importante. Há uma nova sensibilidade artística no ar. Pode parecer algo pomposo ou exagerado de se dizer, mas uma simples observação na produção de (certos) jovens artistas, alguns deles presentes neste DIS#1, mostra a retomada de uma inteligência e um vigor pop que não se via desde o final dos anos 70. E “pop” aí não vai no sentido vulgar de “comercial”, mas naquele sentido original dos anos 60: a pop art como uma interface entre a produção cultural voltada para o consumo de massa e a própria crítica desse consumo; Andy Warhol e os Beatles seriam os exemplos mais notáveis desse jogo duplo. Ao longo dos anos 70, a ruptura da dicotomia entre comercial e experimental – ou “alta” e “baixa” cultura – foi apropriada por músicos como o Roxy Music e o Kraftwerk. Nos 80, a geração pós-graffiti de Basquiat e Keith Haring já vivia essa saudável “indiferenciação” nas artes visuais, e é nesse ambiente que vivemos agora. A street art, com seus pôsteres e adesivos, a toy art, os quadrinhos, os livros de arte e o pós-rock são exatamente a especialidade da casa Dissenso, misto de loja, selo musical, estúdio e núcleo propulsor de idéias. Já trabalhando em parceria com artistas de várias linguagens, produzindo desde impressões em silk screen à gravações sonoras e encontros festivos, a Dissenso está se transformando num pólo de convergência e realização. Eles escolheram um mote para os músicos e ilustradores participantes desta edição – o termo “etéreo”. É amplo o suficiente para permitir diferentes viagens, mas ao mesmo tempo sugere uma certa unidade conceitual para o projeto. As quatro bandas, nesta edição, são instrumentais. Ou seja, as vozes, quando aparecem, fazem apenas vocalizações dentro dos arranjos. Mais ásperos no caso do Fóssil, mais abstratos no do Constantina, mais climáticos no de Ruído/mm e Labirinto, mas sempre muito envolventes, expandindo a linguagem do rock para universos inusitados. O sexteto Ruído/mm (ruído por milímetro) se define como "uma teia de sonoridades exploradas à exaustão", utilizando instrumentos como acordeon, escaleta, teclados, harmonium, violino, flugelhorn, bateria, baixo e guitarras modificadas e tratadas. O agora power trio Fóssil é uma das bandas mais reconhecidas da nova cena instrumental brasileira, e explora sons densos trabalhando a ambiência, as dinâmicas e o improviso. O Labirinto assume a influência de trilhas de cinema e artistas experimentais (do pós-punk e pós-rock ao erudito), e agrega instrumentos como o violoncelo, o violino e a eletrônica à instrumentação usual. Finalmente, o mineiro Constantina incorpora às guitarras pós-roqueiras interferências eletrônicas, num contexto mais minimalista. Quanto aos artistas visuais envolvidos (Alice Freire, André Firmiano, Andrea Kulpas, Binho Barreto, Bruna Canepa, Bruno Nunes, Bruno Oliveira, Denise Alba, Felipe Diaz, George Frizzo, João Ruas, João XXIII, Joaquim Prado, Lucas Biazon, Marcos Brias, Marina Moura, Mario Ladeira, Nelson Luiz, Pedro Lucena, Renata de Bonis, Ricardo Akn e Thais Beltrame.), seria difícil fazer algum destaque – é grande a força expressiva de todos eles, dentro do formato próximo de um postal. DIS#1 é a porta de entrada em um mundo criativo e generoso, delicado e assombroso, divertido e intrigante."

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

R.E.M. - 11/11/2008 - São Paulo

O que dizer sem ser repetitivo?

Quando vi o R.E.M. no Rock In Rio 2001 passei a me interessar mais e mais pela banda. Show maduro e sincero. Ontem, em São Paulo, pude viver muito mais intensamente a experiência, até porque conheço mais o trabalho dos caras. Um ponto importante que acho que vale ressaltar é o fato do repertório dos shows no Brasil contemplarem muitas músicas dos discos mais recentes da banda. Isso é sinal de evolução e credibilidade. Fiz, por exemplo, um paralelo com os Rolling Stones, válido guardadas as devidas proporções. Os Stones vem lançando uns discos medíocres e sustentam suas turnês com as mesmas músicas de sempre, os clássicos dos 60 e 70. Seria como se o R.E.M. só tocasse músicas dos 5 primeiros álbuns, entendem?
Enfim, o show foi ótimo, para os olhos e ouvidos, e vale destacar alguns detalhes: 'Orange Crush' foi uma experiência ímpar; as músicas de Accelerate são uma paulada ao vivo; podem achar batida, mas 'Losing My Religion' é uma grande canção mesmo!; os caras tem Automatic for the People em alta conta, se não me engano é o disco que mais emprestou canções para o show; guitarra Rickenbacker é um troço mágico mesmo, e Peter Buck soube forjar seu estilo em uma; Mike Mills é um cérebro para o organismo R.E.M.; Michael Stipe é alguém realmente especial!

sábado, 8 de novembro de 2008

Festa Klingon!


Dia 17/11, segunda-feira, acontece na Livraria Cultura do Conjunto Nacional um debate sobre cultura Klingon, por ocasião do lançamento da HQ Jornada nas Estrelas - Klingons: Herança de Sangue. O evento começa às 19:30 e tem duração prevista de duas horas.

"It isn't you, isn't me, search for things that you cant see..."

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Arnold Layne, Telecasters, Oasis e afins

Dia desses estava eu lendo na internet matérias sobre a repercussão do lançamento de Dig Out Your Soul, disco novo do Oasis. O site do Estadão trazia trechos de entrevista com Lian Gallagher, em que este citava que a primeira música do disco, Bag it Up, tem referências da canção Baron Saturday, do The Pretty Things. La fui eu então ouvir os Pretty Things. Encontrei um vídeo no Youtube e enquanto ouvia a música abri outra janela para dar uma pesquisada em preços de guitarras Telecaster. Só vou comprar uma no ano que vem mas não custa já ir olhando.
Assim que o vídeo terminou, como de costume o Youtube me sugeriu outros dois vídeos relacionados, e um deles era uma gravação ao vivo do Pink Floyd original tocando Arnold Layne.
Prontamente iniciei a execução, e lá estava Syd Barrett com a sua Telecaster, que beleza de sonoridade! Em mais uma divagação de hiperlinks e intertextos, fui ao Wikipedia procurar quem diabos é o tal do Arnold Layne. E pasmem: o cidadão que inspirou o primeiro single do Pink Floyd era um travesti de Cambridge que roubava roupas dos varais das senhoras da cidade para se vestir, conta Roger Waters. Pois as progenitoras de Barrett e Rogers foram duas das vítimas das gatunagens de Layne, daí a homenagem. Vale inclusive lembrar os primeiros versos de Arnold Layne:
.
Arnold Layne had a strange hobby
Collecting clothes
Moonshine washing line
They suit him fine
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Para completar a viagem (propício, não?), o Youtube sugere mais um vídeo: David Gilmour tocando Arnold Layne na turnê de seu disco On an Island. Até o cara que parece ter nascido com uma Stratocaster pendurada no pescoço se rendeu à Telecaster para tocar Arnold Layne. Confiram o vídeo aí embaixo. Ainda tem Rick Wright nos teclados e David Bowie nos vocais!!!


quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Fanboys: pra nerd nenhum botar defeito!

Estréia em 06/02/09 nos E.U.A. Fanboys, que traz no mínimo alguns bons motivos para levar os fãs de cultura pop aos cinemas (tomara que não demore a chegar aqui!). O filme, bem no clima Sessão da Tarde, conta a história de 4 jovens que planejam invadir o Rancho Skywalker, a meca da criação da saga Star Wars. Além, é claro, do próprio tema ser engraçadíssimo, já que o rancho é intransponível para pessoas comuns como nós, a profusão de referências, não só a SW mas a outros filmes de ficção científica, garante a alegria dos nerds. Outra película bem parecida é Detroit Rock City, em que também 4 garotos vivem uma verdadeira aventura para chegar a um show do Kiss. O ator Sam Huntington, inclusive, está nos dois filmes. Duas ótimas pedidas para os já citados nerds, para os fãs de comédias pastelão e dos filmes de Kevin Smith (que inclusive está no elenco de Fanboys). Se você compreendeu pouco ou nada do que eu acabo de escrever, veja se o trailer aí embaixo esclarece alguma coisa. Se não, ainda há tempo para um intensivão geek!!!




Postado também no Blog da Cultura.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Blog da Cultura

A Livraria Cultura agora também tem blog.

Muito bacana reencontrar na net os amigos do trabalho falando de tudo que a gente mais gosta: música, cinema, livros, enfim, cultura. Já começou a rolar interação de outros internautas que não funcionários da casa. Eu por enquanto não estreei por lá, mas em breve começo a escrever. O campeão de postagens é o Dionisius, que já conhecemos por aqui pelo seu blog pessoal, Ain't Talkin'. Legal ler o Alex Canal, paladino absoluto do blues, do jazz e da Enterprise!!!! Resumindo, muito prazeroso levar pra casa um pouco mais do que cada colega de trabalho tem de bom mas que pela correria do dia-a-dia nem sempre conseguimos compartilhar.

sábado, 1 de novembro de 2008

Angel Dust: o auge do Faith no More

Uns tempos atrás eu estava doido pra ouvir Angel Dust, do Faith no More. O disco só estava disponível em edição importada e o vinil do meu amigo Snorks está riscado. Mas não é que o famigerado mercado fonográfico brasileiro deu uma dentro!!! A Warner lançou, em Setembro passado, a série 2 em 1, com dois discos de um mesmo artista na mesma embalagem, por convidativos R$ 29,90. A edição é bem simples, não tem encarte nem nada, mas vale à pena. Tem ZZ Top, Stone Temple Pilots, Stooges, REM, e é claro, o motivo dessa postagem, Faith no More, com a dobradinha The Real Thing e Angel Dust.
Depois de ouvir obsessivamente os dois cds comentei com alguns amigos que Angel Dust é o melhor FNM, mas fui imediatamente surpreendido por veementes réplicas de descrença, todas afirmando que The Real Thing é o mais bacana. Gostos pessoais à parte, acho que dá pra dizer que The Real Thing é o disco do estouro e Angel Dust o da maturidade. Sustento meu argumento em primeiro lugar por conta da sonoridade dos dois álbuns. O primeiro soa estridente demais perto do segundo, este sim mais encorpado. Parece que a banda estava buscando um objetivo que finalmente alcançou em Angel Dust. O que causa a impressão de que o disco é fraco são as duas músicas escolhidas para trabalho (rádios, videoclipes, etc.) quando do lançamento do disco. Gosto de Midlife Crisis e A Small Victory, mas estão longe de serem as melhores músicas do disco. Land of Sunshine, que abre o álbum, e Everything's Ruined, são as minhas prediletas.
Passei uma noite caçando no Youtube vídeos da banda na época da turnê do disco, coisa que não vimos por aqui. O FNM veio ao Rock in Rio 2, divulgando The Real Thing, e em 1995 no Mosters of Rock, na turnê de King for a Day.... É impressionante ver os caras tocando as músicas de Angel Dust ao vivo, ainda com Jim Martin na guitarra. Se você gosta do FNM e há tempos não ouve os discos dos caras, revisite Angel Dust, sem dúvida o auge da banda.